Justiça suspende ordem de Trump negando cidadania a filhos de imigrantes ilegais e turistas

Ordem assinada por Trump restringia direito à cidadania a residentes permanentes legais; ele afirmou que vai recorrer da decisão
Logo após tomar posse, na segunda-feira (20), Trump publicou uma série de decretos; a negativa de concessão de nacionalidade para bebês de estrangeiros nascidos no país está entre as medidas. (Foto: reprodução)

A Justiça Federal dos Estados Unidos suspendeu temporariamente uma ordem de Donald Trump que acabava com o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais e turistas.

A decisão foi publicada nesta quinta-feira (23).

Trump afirmou que vai recorrer.

Logo após tomar posse, na segunda-feira (20), Trump publicou uma série de decretos para combater a imigração ilegal.

A questão da nacionalidade para bebês de estrangeiros nascidos no país está entre as medidas.

A ordem de Trump determinava que as agências federais não reconheçam a cidadania americana de crianças nascidas nos Estados Unidos cujos pais estão no país ilegalmente ou temporariamente, como turistas e outros portadores de vistos.

Brasileiros poderiam ser impactados.

Com a implementação da medida, qualquer criança nascida após 19 de fevereiro, cujos pais não sejam cidadãos ou residentes permanentes legais, estaria sujeita à deportação.

Ela também seria impedida de receber benefícios sociais ou trabalhar legalmente quando fosse adulta.

Após o decreto, grupos civis e procuradores-gerais de 22 estados governados por democratas entraram com ações na Justiça.

O argumento é que a ordem de Trump viola a 14ª Emenda da Constituição, que estabelece que qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos é cidadã.

Uma das ações foi analisada pelo juiz John Coughenour, em tribunal de Seattle, que resolveu suspender a medida.

O magistrado chamou a ordem de Trump de “flagrantemente inconstitucional”.

“Estou tendo dificuldade para entender como um membro da ordem pode declarar inequivocamente que esta ordem é constitucional”, disse o juiz a um advogado do Departamento de Justiça dos EUA que defendia a ordem de Trump.

“Isso simplesmente confunde minha mente.”

Com a decisão, a ordem fica temporariamente suspensa. Trump afirmou que vai recorrer e questionou o juiz.

“Eles levaram o caso para um certo juiz em Seattle, pelo que parece, certo?”

“E com esse juiz, não há surpresas”, afirmou.

O Departamento de Justiça do governo Trump argumenta que a 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos nunca foi interpretada como uma extensão universal de cidadania a todos os nascidos no país.

Na terça-feira (21), deputados republicanos apresentaram projetos de lei para restringir a cidadania automática apenas aos filhos de cidadãos ou residentes permanentes legais.

As propostas ainda serão discutidas.

Redação G1

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