Justiça concede medida protetiva a jornalista vítima de misoginia

Jornalista Géssika Costa foi atacada após fazer comentário relembrando a tragédia dos bairros afetados
Veridiano, em foto na entrada para o campo de concentração de Auschwitz, e com a postagem à esquerda, e o grupo de apoio à jornalista Géssika Costa, ao formalizar a queixa à delegada Ana Luíza (no canto, à esquerda): ele não pode se aproximar da jornalista a uma distância de menos de 200m, diz advogado. (Foto: reprodução)

O juiz plantonista em atuação na Comarca da Capital concedeu, nesta quinta-feira (26) medida protetiva em favor da jornalista Géssika Costa, vítima de ataque misógino na semana passada.

A informação foi prestada pelo advogado Marcos de Rolemberg Soares, que acompanhou a jornalista, integrantes do Movimento Olga Benário e demais representantes de entidades de defesa dos direitos das mulheres e defesa dos direitos humanos à Delegacia da Mulher, logo depois do episódio, para formalizar a queixa.

O caso deve ser investigado pela delegada Ana Luiza Nogueira.

A jornalista foi atacada em comentário desferido pelo comunicador Rodrigo Veridiano.

Ele “utilizou as redes sociais nesta (…) para promover um ataque violento de misoginia contra a jornalista Géssika Costa, por ter se incomodado com a crítica social manifestada pela profissional”, relata passagem de notícia sobre o caso publicada no portal Mídia Caeté.

“A publicação ocorreu na página do instagram @omundoecapitais e mostrava uma publicação originalmente produzida pelo prefeito João Henrique Caldas, que exibia a árvore de Natal iluminada instalada na orla de Maceió”, relata a reportagem, assinada pela jornalista Wanessa Oliveira.

“Junto ao vídeo da árvore, a publicação trazia ainda o meme ‘tá, mas a sua árvore faz isso?’”, continua o relato da reportagem, que prosseguiu: “em resposta à pergunta viral, Géssika Costa respondeu ‘tá, mas a sua cidade também afunda?’”, em alusão ao afundamento dos cinco bairros provocados pela mineração da Braskem em Maceió e ao modelo de gestão da Prefeitura focado em produções instagramáveis enquanto centenas de milhares de maceioenses ainda amargam o crime socioambiental.

Desgostoso com o comentário, Veridiano – que se define como jornalista, radialista, professor de humanas, historiador e católico – decidiu responder à crítica social com uma demonstração violenta de misoginia voltada diretamente contra a jornalista.

Com palavras de grosseria de cunho sexual e de baixo calão, seguiu com uma série de ofensas.

De acordo com o advogado Marcos de Rolemberg Soares, Veridiano está proibido de se aproximar da jornalista a uma distância inferior a duzentos metros.

A decisão judicial foi recebida com manifestações de apoio da parte dos comunicadores, jornalistas; críticos das posições de hostilidade, grosseria ou baseadas em ataques, defensores de direitos e demais pessoas que se colocaram em apoio à jornalista Géssika Costa.

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