Julgamento de Moro é retomado com voto favorável à cassação

Desembargador Júlio Jacob Júnior, que tinha pedido vistas, apontou gastos acima da média em campanha do ex-juiz da Lava Jato
Sergio Moro pode ter mandato cassado pela Justiça Eleitoral do Paraná: desembargador Júlio Jacob Júnior, que tinha pedido vistas (para analisar melhor – suspendendo a sessão) discordou do relator e apontou gastos acima da média feitos pela campanha do ex-juiz da Lava Jato. (Foto: reprodução / Roque de Sá / Agência Senado)

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retomou nesta quarta-feira (09) o julgamento que pode levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR).

No último dia de análise do caso, o desembargador Julio Jabob Junior retomou a sessão discordando do relator e proferindo voto contrário ao ex-juiz da Lava Jato.

No momento o placar de 3 a 2 segue favorável ao político.

Ainda faltam as manifestações de dois magistrados.

Ao discordar do voto proferido pelo relator, o desembargador criticou os gastos de campanha de Sergio Moro, alvo das denúncias que apontam abuso de poder econômico que teriam o favorecido na disputa eleitoral de 2022.

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“Uma série de gastos que estão muito além de qualquer outro candidato médio. Sergio Moro teve a chance de recuperar sua imagem abalada junto ao eleitorado paranaense, por ter sua residência negada em outro estado”, disse, em seu voto.

“Entendo haver provas robustas nos autos de que o acesso desmedido de recursos financeiros ao então pré-candidato Sergio Moro possuem aspectos a desiquilibrar a igualdade no pleito”, afirmou o desembargador.

Ainda faltam votar no caso os desembargadores Anderson Ricardo Fogaça, e o presidente Sigurd Bengtsson, a missão de dar o voto decisivo, caso o placar esteja empatado.

O relator Luciano Carrasco Falavinha Souza e os desembargadores Claudia Cristina Cristofani e Guilherme Frederico Hernandes Denz se manifestaram contra a cassação.

Além de Julio Jacob, o outro voto contrário ao mandato de Moro foi proferido pelo desembargador José Rodrigo Sade.

A chapa formada por Moro e os suplentes Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra é acusada de abuso de poder econômico na última eleição.

Eles teriam estourado o teto de gastos para campanhas eleitorais ao Senado Federal, o que, segundo as ações de PT e PL, teria desequilibrado o pleito.

Os gastos, conforme apontados pela denúncia, teriam desequilibrado a disputa, principalmente porque antes do político concorrer ao Senado Federal, houve gastos para a pré-campanha de Moro à presidência da República, que acabou não saindo do papel.

Antes de tentar disputar as eleições pelo Paraná, Moro tentou disputar o pleito pelo Estado de São Paulo, mas teve a transferência de domicílio eleitoral negado.

Independentemente do resultado do julgamento, o caso deve ser levado para decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

Pedro Nascimento

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