Jornalista formaliza queixa contra comunicador por ataques misóginos

Caso gerou apoio de entidades e foi registrado pela delegada Ana Luiza Nogueira, na Delegacia de Polícia nesta segunda-feira (23)
Grupo de mulheres acompanhou formalização de denúncia. (Foto: reprodução)

A jornalista Géssika Costa registrou uma queixa formal contra o comunicador Rodrigo Veridiano, após ser alvo de ataques misóginos e racistas em resposta a um comentário feito por ela nas redes sociais.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia nesta segunda-feira (23), pela delegada Ana Luiza Nogueira, com a presença de representantes do Sindicato dos Jornalistas e de entidades defensoras dos direitos das mulheres.

A polêmica teve início após uma publicação no Instagram do perfil @omundoecapitais, que exibia um vídeo do prefeito João Henrique Caldas (JHC) mostrando uma árvore de Natal iluminada na orla de Maceió.

Géssika Costa fez uma crítica à gestão municipal, questionando:

“Tá, mas a sua cidade também afunda?”, em referência ao afundamento de bairros causado pela mineração da Braskem e à gestão da prefeitura.

A resposta de Rodrigo Veridiano, que se descreve como jornalista, radialista, historiador e professor, foi marcada por agressões verbais e misoginia.

Em suas palavras, ele fez uso de expressões de baixo calão e ofensas direcionadas à jornalista, incluindo uma frase vulgar que a envolvia de maneira desrespeitosa.

Em reação ao ocorrido, a jornalista divulgou uma nota no dia 20 de dezembro, repudiando as agressões e denunciando o episódio como mais um exemplo de violência de gênero.

“Fiz uma crítica à gestão da chamada ‘cidade iluminada’, e o ‘jornalista, radialista, professor de humanas, historiador e católico’ Rodrigo Veridiano respondeu com uma atitude inadmissível: violência de gênero, falta de educação e ausência completa de argumentos”, afirmou.

O caso também gerou forte repercussão nas entidades que defendem os direitos das mulheres. Lenilda Luna, jornalista e representante do Movimento de Mulheres Olga Benario, se manifestou contra o ataque, destacando a gravidade de tal violência, principalmente quando parte de um comunicador com poder de influência.

“Não podemos aceitar a violência contra as mulheres em nenhum espaço da sociedade”.

“Quando se trata de um comunicador, que tem um papel de influência, é ainda mais grave e não pode ficar impune”, disse.

Jornal de Alagoas

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