O encontro entre JHC e Paulo Dantas, agendado para esta segunda, só foi possível graças a um grande acordo, construído nos bastidores, que envolve Renan Calheiros e o futuro da CPI da Braskem.
Liberal, o presidente Lula não tem interesse nem de mexer nos brios do mercado, a Braskem não interesse de arrastar seus executivos ao picadeiro nem os governistas querem dar munição à extrema direita expondo uma das acionistas da Braskem: a Petrobras, mais o passado da Operação Lava Jato nem o Ministério Público Federal quer que a própria omissão seja exposta em rede nacional.
Jota sinalizou publicamente que conversa com a Braskem buscando revisar os valores do acordo- R$ 1,7 bilhão- assinado para cobrir os estragos ambientais e urbanos em Maceió. Esta é a pauta de Renan Calheiros. Em périplo por Brasília, o governador pediu à Advocacia Geral da União a revisão deste acordo. Horas depois, JHC disse sim. A pressão é grande e a equipe de choque de JHC não vem conseguindo conter a sanha do calheirismo.
O deputado Cabo Bebeto e o vereador João Catunda tentaram retirar dos armários os esqueletos de Renan, revirando acusações do passado. O pai do prefeito, João Caldas, deu uma força partilhando as acusações. Não contaram com a ajuda de Arthur Lira. E foram massacrados.
Também Renan vai ser massacrado pelas circunstâncias. A Novonor- ex Odebrecht- é uma das acionistas da Braskem. O líder do PT no Senado, o baiano Jaques Wagner, tem ligações com a baiana Novonor. Odebrecht tem a ver com Lava Jato e vice e versa.
Wagner não assinou a CPI da Braskem, Lula não apoia a investigação, o mercado não quer.
Renan promete que a CPI será instalada na próxima semana, mas os trabalhos só começam ano que vem.
É um longo tempo, com muitas curvas e mudanças de rumos.
As vítimas da mineração já estiveram mais distantes da compensação justa. O acordo JHC e Renan, com Paulo Dantas, reacende este caminho.
Outra parte do acordo é JHC desistir de disputar o Governo em 2026, mas… uma coisa de cada vez.