Pelo menos 104 pessoas morreram e 760 ficaram feridas em um incidente caótico no qual as tropas das Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram fogo enquanto civis palestinos famintos se reuniam em torno de caminhões de ajuda alimentar, de acordo com o Ministério da Saúde palestino em Gaza.
A CNN (responsável por esta reportagem) não consegue confirmar os números de forma independente.
Os civis aglomeraram-se em torno dos caminhões de ajuda na esperança de conseguir comida, quando tanques e drones de Israel começaram a disparar contra as pessoas na rua Haroun Al Rasheed, no oeste da cidade de Gaza, na área de Sheikh Ajleen.
Um oficial israelense disse à CNN que as tropas das FDI usaram fogo contra as pessoas que cercavam o caminhão de ajuda enquanto “a multidão se aproximava das forças de uma maneira que representava uma ameaça às tropas, que responderam à ameaça com fogo real”.
“O incidente está sob revisão”, concluiu.
Os caminhões de ajuda tentaram escapar da área, atropelando acidentalmente outros e causando mais mortes e feridos, acrescentaram testemunhas à CNN.
Amjad Eleiwa, no pronto-socorro do Hospital Al Shifa, disse à CNN que 40 das pessoas mortas chegaram ao hospital.
Hussam Abu Safiya, do Hospital Kamal Adwan, disse à CNN que outros 10 indivíduos mortos chegaram ao hospital, enquanto o Hospital Al Awda, em Jabalya, confirmou a chegada de outros três indivíduos mortos.
O número de mortos e de feridos deverá aumentar, já que muitos corpos e pessoas ainda estão nas ruas, com ambulâncias lutando para chegar aos necessitados porque os escombros estão bloqueando o caminho, disse Ahmad Abu Al Foul à CNN.
Respondendo à CNN, as FDI que “o incidente está sob revisão”.
“Esta manhã, durante a entrada de caminhões de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza, os residentes de Gaza cercaram os caminhões e saquearam os mantimentos que estavam sendo entregues”, disseram as FDI à CNN.
A Oxfam International condenou o ataque em uma publicação no X (antigo Twitter), dizendo que foi uma “grave violação das leis humanitárias internacionais e da nossa humanidade”.
Abeer Salman, Jeremy Diamond, Khader Al Za’anoun — CNN / Jerusalém e Gaza