Institucionalmente

É assim no sistema republicano – gostemos ou não
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) participou de cerimônia de Lula no Palácio do Planalto. (Foto: reprodução / Itatiaia e Ricardo Stuckert/PR)

Reproduzimos mais adiante material do portal vinculado à Itatiaia, sobre a participação do presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira, em cerimônia no Palácio do Planalto – a convite da Presidência da República.

Estranhamento por quê?

Porque a escolha do m… – não, não podemos usar uma palavra depreciativa para tratar um integrante da Câmara dos Deputados; das duas Casas que formam o Congresso Brasileiro, a que representa o povo – foi um dos episódios mais bizarros da política recente brasileira?

Ah! Mas, já estamos tão cheios deles… digo, cheios na acepção de termos visto repletos, repetidos e sucessivos exemplos.

Mas, também vale no sentido de estarmos com a paciência esgotada… – para não usar outro termo pejorativo.

Porque o país há de recordar-se mais do influencer, do representante que, no uso de seu mandato eletivo conferido por milhões de mineiros, em plena tribuna da Câmara (e no Dia da Mulher!) protagonizou uma presepada sem limites – fora o imenso desrespeito que foi – do que de alguma iniciativa dele voltada para a educação?

Nem que seja um vídeo em sala de aula?

É provável que tenha feito.

Em época de campanha, alguns políticos fazem de tudo e vão a lugares que desconhecem em busca de votos.

Mais recente foi uma imagem que circulou em redes sociais do parlamentar com uma arma, acompanhado de várias pessoas – da qual a legenda era o primor da ironia: algo como “o presidente da Comissão de Educação lendo um livro” …

Prova disso é que, conforme o próprio texto da matéria, o deputado – e presidente da Comissão de Educação – foi tão “tietado” (tratado como celebridade) quanto hostilizado.

Quando à hostilidade: não são de bom alvitre; afinal, a bizarrice de Nikolas Ferreira estar na Comissão de Educação (ou a deputada Caroline de Toni, na de Constituição) é parte da democracia.

Diria, aliás, que são as vicissitudes desta: teve mais voto se elege – para chegar à Câmara dos Deputados, para as comissões importantes e por aí vai.

Falhas?

Pode ser, mas, aludindo à máxima atribuída desde os clássicos gregos (mas, cuja versão que mais aprecio é do estadista britânico Winston Churchill – que inspirou o nome do protagonista do livro citado pela participante do “reality show”, “Mil novecentos e não sei quanto”): a democracia é o pior dos regimes – a exceção de todos os outros.

No mesmo raciocínio: “para os erros da democracia só há um remédio – mais democracia”.

Para consolar, uma atribuída a Abraham Lincoln: “podem enganar a todos por algum tempo e podem enganar alguns por todo o tempo, mas, não podem enganar a todos por todo o tempo”.

O “problema” é que para se pôr em prática todas essas saídas, todos esses remédios, a ferramenta crucial é a educação.

E como – felizmente, ainda – vivemos numa democracia, melhorá-la passa por nossos representantes eleitos.

Segue abaixo, na íntegra, a reportagem assinada por Pedro Nascimento e Renan Melo Xavier intitulada “Presidência convida e Nikolas participa de cerimônia de Lula; mineiro é tietado e hostilizado”

“Vim porque é o meu papel institucional, mas obviamente não votarei”, disse o deputado, que foi eleito presidente da Comissão de Educação da Câmara, em derrota do governo

A convite do Palácio do Planalto, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) participou, nesta terça-feira (12), da cerimônia de lançamento de 100 novas unidades de Institutos Federais de Educação.

O parlamentar mineiro — expoente da oposição ao governo federal — foi eleito na semana passada como novo presidente da Comissão de Educação da Câmara, um movimento considerado como derrota para a base governista.

“Depois que fui eleito presidente da Comissão de Educação, o governo Lula fez o convite para comparecer”, disse.

“Caso eu não viesse, colocariam manchetes dizendo que eu não sou democrático”, justificou.

“Só que eu vim. Vim porque é o meu papel institucional, mas obviamente não voltarei”.

“Fui hostilizado algumas vezes”, disse Nikolas.

Além das supostas hostilidades, Nikolas também foi tietado, principalmente entre estudantes que participavam da cerimônia.

A primeira sessão da Comissão de Educação sob comando de Nikolas Ferreira está marcada para esta quarta-feira (13).

Após a indicação de Nikolas pelo PL, membros da base governista tentaram convencer o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a postergar a formação das comissões.

Não deu certo.

A indicação do mineiro saiu conforme o planejado.

O partido de Jair Bolsonaro representa a maior bancada de parlamentares na Câmara e detém prioridade na indicação para a Educação.

Nesta terça, Lula anunciou 100 novas unidades de IFs.

Com informações de Pedro Nascimento e Renan Melo Xavier — Itatiaia

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