Mais de 80% dos atendimentos prestados pela equipe do Hospital Geral do Estado (HGE) a vítimas de acidentes de trânsito foram decorrentes de colisões e de acidentes com moto.
O primeiro tipo respondeu pela maioria dos atendimentos: 45,68%.
O segundo foi responsável por 38,24% dos atendimentos na maior unidade em urgência e emergência da rede estadual de saúde.
Além desse enquadramento como finalidade, o HGE é ainda a unidade referência para os casos de traumas: acidentes e ocorrências por uso de armas, entre outros.
Por isso, os gestores enfatizarem que os casos clínicos (mal-estar e demais, que não se enquadram como acidentes) devem ser destinados às unidades próprias.
De acordo com balanço divulgado pela unidade, situada em Maceió, os números registraram estabilidade, quando o quantitativo de 2024 é comparado ao ano anterior.
De 5.435 casos registrados em 2023, o número saltou para 5.525 em 2024, com destaque para as colisões que se mantiveram entre as mais frequentes nos dois períodos.
Em 2024, a maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas notificou 2.524 colisões (45,68%), 2.113 acidentes de moto (38,24%), 458 atropelamentos (8,28%), 278 ocorrências com bicicleta (5,03%) e 152 capotamentos (2,75%).
Em 2023 foram registradas 2.493 colisões, 2.015 acidentes de moto, 476 atropelamentos, 301 ocorrências com bicicleta e 150 capotamentos.
“São números praticamente estáveis, mas muito altos e todos poderiam ser evitados com mais prudência e respeito às normas do trânsito”, afirmou o cirurgião geral Amauri Clemente.
“Ainda é comum chegar pessoas que relatam desatenção, consumo de bebidas alcoólicas, uso de celular na direção, ultrapassagem em local proibido e velocidade acima do limite de pelo menos uma das partes”.
O auxiliar técnico Gabriel Messias da Silva Santos, de 21 anos, estava indo trabalhar em sua moto, pela BR-316, trecho que corta o município de Satuba, quando um motociclista que estava no acostamento decidiu cortar a rodovia e não observou a sua aproximação.
O resultado foi uma colisão forte que causou a sua perda da memória.
Ele diz lembrar somente quando já estava na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Foi a primeira vez que me envolvi em um acidente”, disse Gabriel.
“Foi completamente inesperado”.
“A minha sorte é que eu não estava em alta velocidade e usava capacete”.
“O que posso dizer é que as pessoas que passavam me ajudaram e o motociclista que causou o acidente reconheceu que não olhou para trás”.
“Eu fui trazido aqui para o HGE, já fiz tomografia computadorizada, radiografia e, graças a Deus, como não tive fratura, recebi alta médica”.
O HGE é porta aberta para os traumas e conta com uma equipe especializada para assistir esses casos.
A recomendação é que, em caso de acidente, as pessoas feridas não sejam mexidas principalmente se aparentam ter fraturas.
Nesse caso, o melhor é ligar números 192 (Samu) e proteger a vítima do sol, chuva e trânsito; ou ligar 193 (Corpo de Bombeiros de Alagoas) se o cidadão estiver preso entre as ferragens ou em local de risco (incêndio, explosão, capotamento etc.).
“Também é importante usar corretamente os equipamentos de proteção, manter regular as revisões periódicas do veículo, sinalizar quando mudar a direção, manter uma distância segura com outros carros, observar as condições da via e jamais dirigir com sono”.
“Se cada um fizer a sua parte, conseguiremos diminuir essa problemática que envolve a saúde pública”, ressaltou o médico.
Thallysson Alves — ASCOM / HGE