O Hamas libertou neste domingo (26) 13 reféns israelenses e outros 5 estrangeiros, que foram sequestrados em 7 de outubro, quando começou o conflito entre o grupo terrorista e Israel. Eles estão sendo levados a agentes da Cruz Vermelha, na fronteira de Gaza com o Egito.
O governo egípcio, que está envolvido na mediação dos reféns, informou também que recebeu nesta manhã uma lista com 39 prisioneiros palestinos que devem ser soltos por Israel. Eles estavam presos no país desde antes do início da guerra.
A libertação dos presos faz parte do acordo de trégua de quatro dias, que pode se estender até quarta-feira, a depender das negociações (entenda mais abaixo).
Mais cedo, um cidadão russo que havia sido preso também em 7 de outubro foi solto pelo grupo terrorista. Até a última atualização desta reportagem, não se sabe se o russo está na contagem informada pelo Hamas.
Segundo a agência Reuters, a libertação do russo é um agradecimento à posição de Moscou.
Nos dois primeiros dias de trégua, o Hamas libertou 41 reféns e Israel soltou 78 palestinos.
1º dia de trégua (sexta-feira): 24 reféns
2º dia de trégua (sábado): 17 reféns
Cessar-fogo
O acordo de trégua entre Hamas e Israel começou a vigorar às 7h no horário local (2h em Brasília), de sexta-feira (24). O cessar-fogo vale no norte e no sul de Gaza, informou o Ministério das Relações Exteriores do Catar, que mediou o acordo.
O Catar disse que uma sala de operações em Doha monitora a trégua e a libertação dos reféns, e mantém linhas diretas de comunicação com Israel, com o escritório político do Hamas em Doha e com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
No sábado (25), o jornal israelense Haaretz declarou que o Hamas encontrou de 10 a 20 reféns que podem, potencialmente, ser libertos durante o acordo de trégua. Caso o cenário se concretize, a expectativa é que a trégua dure até quarta-feira (29).
Relembre o que aconteceu
Em 7 de outubro, homens armados do grupo terrorista Hamas atravessaram a cerca da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, mataram 1.200 pessoas e capturaram cerca de 240 pessoas, de acordo com os israelenses.
Nesse mesmo dia, Israel declarou guerra ao Hamas e começou a atacar a Faixa de Gaza. Cerca de 13 mil habitantes de Gaza foram mortos pelos bombardeios israelenses, cerca de 40% deles crianças, segundo autoridades de saúde palestinas, ligadas ao Hamas (esses números não foram checados por alguma entidade independente).
Os serviços de saúde palestinos disseram que tem sido cada vez mais difícil manter uma contagem atualizada, pois o serviço de saúde tem sido prejudicado pelos bombardeios israelenses.
Antes do cessar-fogo de sexta-feira (24), os combates estavam ainda mais intensos do que o normal. Jatos israelenses atingiram mais de 300 alvos, e tropas estavam envolvidas em combates ao redor de Jabalia, ao norte da Cidade de Gaza.
Um porta-voz do exército disse que as operações continuariam até que as tropas recebessem a ordem de parar. Do outro lado da cerca da fronteira em Israel, nuvens de fumaça podiam ser vistas pairando sobre a zona de guerra do norte de Gaza, acompanhadas por sons de tiros pesados e explosões estrondosas.
Israel diz que os combatentes do Hamas usam edifícios residenciais e outros prédios civis, inclusive hospitais, como cobertura. O Hamas nega.
A mídia palestina informou que pelo menos 15 pessoas morreram em ataques aéreos em Khan Younis, a principal cidade do sul de Gaza. A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos.