Gravações das caixas-pretas foram 100% recuperadas, diz FAB

Brigadeiro Marcelo Moreno deu entrevista coletiva sobre acidente neste domingo (11)
Equipamentos já estão em análise por especialistas, mas, de acordo com os investigadores, a conclusão deve demorar “meses”. (Foto: reprodução)

Todas as informações das caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo foram obtidas com sucesso, informou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Em entrevista coletiva neste domingo (11), o Brigadeiro Marcelo Moreno disse que o órgão obteve 100% das informações de voz e dados dos momentos que antecederam a queda do voo 2883 da Voepass.

O oficial da aeronáutica ainda informou que o Cenipa deve divulgar o relatório preliminar da investigação do acidente em até 30 dias.

Ele também ressaltou que a tripulação não fez nenhuma declaração de emergência antes da queda.

Sobre a atuação das autoridades francesas na investigação, Moreno explicou que o Cenipa cumpriu o Protocolo de Chicago ao convidar a BEA, que obriga o país que fabricou a aeronave a participar.

O ATR 72-500, prefixo PS-VPB despencou girando sobre um condomínio de casas em Vinhedo, como mostram imagens de redes sociais, caindo sobre um terreno ao lado de residências.

Dos 62 mortos, 58 eram passageiros e quatro eram tripulantes.

Este é o sexto acidente aéreo mais letal da história do Brasil.

As caixas-pretas chegaram ao laboratório do Cenipa, em Brasília, na manhã desse sábado (10).

Os equipamentos já estão em análise por especialistas.

O centro é ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), que deve divulgar um relatório preliminar em até 30 dias.

No caso da PF, a perícia apura possíveis causas e crimes no acidente.

De acordo com os investigadores, a conclusão deve demorar “meses”.

A corporação enviou dez peritos criminais federais especializados em identificação de vítimas de desastres, acidentes aéreos e crimes com complexidade para atuar na coleta de informações, em Vinhedo (SP).

As equipes usaram equipamentos de laser e scanner 3D para mapear os vestígios do acidente.

As tecnologias permitiram o início da perícia ainda na noite de sexta-feira, mesmo sem tanta iluminação no local.

Os peritos tinham pressa, já que havia a operação prioritária de resgate dos corpos e mais integrantes das forças públicas precisavam atuar na área, o que modificaria o local do acidente.

Com as imagens coletadas e informações das caixas-pretas, a PF pretende entender a “dinâmica do acidente”.

As filmagens feitas por pessoas que viram o momento da queda da aeronave também podem auxiliar a entender o que aconteceu.

Um dos peritos afirmou à CNN (responsável por esta reportagem), por exemplo, que a forma com que a cabine da aeronave ficou “achatada” é compatível com a “queda vertical” ou “parafuso chato”, relevada por imagens divulgadas na internet.

Rafael Saldanha, Stêvão Limana — CNN; Gabriela Prado — CNN / Brasília

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