A França “não tem planos de fazer mais pagamentos no primeiro semestre de 2024” à UNRWA, a agência de ajuda palestina da ONU, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês num comunicado neste domingo (28).
O ministério destacou as acusações de Israel de que alguns membros do pessoal da UNRWA estavam envolvidos nos ataques de 7 de outubro, chamando as alegações de “excepcionalmente graves”.
A França contribuiu com quase 60 milhões de euros (cerca de R$ 320 milhões) para a UNRWA em 2023.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse na sua declaração que decidirá “quando chegar a hora” o que fará para garantir que os requisitos de transparência e segurança da ajuda sejam tidos em conta.
Uma lista crescente
A França se junta a outras nações doadoras que suspenderam os financiamentos à UNWRA após as acusações: os Estados Unidos, a Alemanha, o Canadá, a Itália, o Reino Unido, os Países Baixos, a Suíça, a Austrália e a Finlândia.
A Irlanda e a Noruega afirmam que continuarão a financiar a agência da ONU.
Entenda o caso:
A agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA) disse na sexta-feira que abriu uma investigação sobre funcionários suspeitos de envolvimento nos ataques de 7 de outubro em Israel pelo Hamas e que cortou os laços com esses funcionários.
“As autoridades israelenses forneceram à UNRWA informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos terríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA.
“Para proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos desses funcionários e iniciar uma investigação para estabelecer a verdade sem demora”, afirma Lazzarini.
A UNRWA, criada em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense, oferece serviços que incluem educação, cuidados primários de saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.
A UNRWA tem fornecido ajuda e usado suas instalações para abrigar pessoas que fugiram de bombardeios e de uma ofensiva terrestre lançada por Israel em Gaza após os ataques de 7 de outubro, nos quais, segundo Israel, 1.200 pessoas morreram e 253 pessoas foram feitas reféns.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) pediu aos países que suspenderam o apoio à Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) voltarem atrás.
“Apelamos aos países que anunciaram a cessação de seu apoio à UNRWA para que retirem imediatamente sua decisão”, disse o secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina, Hussein Al-Sheikh, em comunicado neste sábado.
Com informações da Reuters – publicado por André Rigue