Foco é prevenir mais casos de dengue, diz ministra da Saúde

Nísia Trindade disse ainda que Ministério descarta emergência nacional; ações de prevenção terão R$ 140 milhões mensais
Nísia Trindade participou do início dos trabalhos do centro de operações contra a doença; previsão é de até R$ 140 milhões mensais para ações; foco é prevenir mais casos de dengue, diz ministra da Saúde, que descarta emergência nacional. (Foto: reprodução)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse, neste sábado (3), que o governo está mobilizado para prevenir mais casos de dengue no país e garantir assistência a quem pegou a doença, e que não há um quadro de emergência nacional.

Conforme a ministra, há situações de epidemias locais.

Exemplos são os estados que já decretaram emergência pela doença, como Acre, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Até o momento, o Brasil registrou 262 mil casos prováveis de dengue.

Desde o início do ano até a tarde de sexta-feira (2), o país havia registrado 29 mortes relacionadas à doença.

Outros 173 óbitos estão em investigação.

Nos locais em que houver situação mais crítica da dengue, ficou acertado um repasse de um adicional de 10% sobre o valor que estados e municípios recebem para ações de emergência.

Segundo Nísia, há uma precisão de até R$ 140 milhões mensais para ações do tipo.

“O momento é fundamental para não agravar a situação em outras regiões”, afirmou a ministra em entrevista a jornalistas, depois do início dos trabalhos do centro de operações de emergência (COE) contra a dengue, em Brasília.

A iniciativa é uma estratégia de enfrentamento conjunto à doença, coordenada pelo Ministério da Saúde com representantes de estados e municípios.

Vacina

A ministra da Saúde disse que a vacina contra a dengue não é uma “solução” para o momento mais emergencial e que haverá esforços para ampliar a oferta do imunizante.

“As vacinas são muito importantes porque significam o início de uma vacinação, que não vai ter efeito para esses surtos agora, mas elas significam o início de um processo e todo esforço será para ampliar a oferta, mas não vai ter impacto neste surto”, declarou.

De acordo com Nísia, a vacina contra a dengue será aplicada em duas doses, com um intervalo de três meses entre cada imunização.

“A vacina não é solução para este momento”, disse a ministra.

“Neste momento, temos que fazer ações de combate a focos do mosquito, responsabilidade de todos nós, e, também, ações de cuidado, o que também exige orientação para isso”.

O governo anunciou que iniciará, a partir de semana que vem, a distribuição da vacina contra a dengue para 521 municípios selecionados pela pasta.

O ministério aguardava a tradução para o português da bula do imunizante Qdenga, uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao fabricante, o laboratório japonês Takeda.

A vacinação vai priorizar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos.

Lucas Mendes – CNN / Brasília

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