Flávio Dino: “ainda tem muita coisa a ser contada”

Afirmação de senador e futuro ministro do STF foi feita em entrevista sobre a intentona golpista
Flávio Dino e atos terroristas de bolsonaristas em Brasília: "tenho certas intuições que eu ainda não pude confirmar; mas, acho que o tempo vai demonstrar", afirmou o futuro ministro do STF à TV 247. (Foto: reprodução / Agência Brasil)

Ex-ministro da Justiça, hoje senador e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir do próximo dia 22, Flávio Dino afirmou à TV 247 que “muita coisa” ainda será revelada sobre a intentona golpista que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Na última quinta-feira (08), a Polícia Federal desencadeou a mais ampla operação para apurar a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, atingindo Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados mais próximos.

Questionado na TV 247 sobre sentimentos e fatos ainda não revelados por ele sobre o 8 de janeiro, Dino afirmou que há ainda “impressões pessoais” que não pôde manifestar em razão da falta de provas, que poderão no futuro surgir.

“Eu tenho certas intuições que eu ainda não pude, como cidadão, confirmar”, disse.

“Mas acho que o tempo vai demonstrar”, endossou.

“Eu comparo sempre com a história do golpe militar de 64, em que a abertura de arquivos, por exemplo, dos Estados Unidos mostrou muita coisa que muita gente imaginava, mas não tinha prova, e depois isso se comprovou”.

“Então acho que ainda tem muita coisa a ser contada, pelos historiadores, pelos jornalistas”, acrescentou.

“Acho que é uma história que ainda não acabou, até porque haverá ainda julgamentos; então os julgamentos também vão concluir muita coisa”.

“Uma coisa é a visão do historiador, do jornalista, do político e do juiz; o juiz não pode julgar com base em intuição, em impressão, e nem com base em visões genéricas”.

“O juiz deve julgar exclusivamente com base na existência, ou não, de provas, independente do nome ou sobrenome de quem estiver sendo julgado”.

Mas olhando esses quatro personagens, o historiador, o jornalista, o político e o juiz, eu acho que ao longo do tempo todos os quatro vão ter uma visão mais clara sobre aqueles acontecimentos tão agudos. Isso faz parte da história, aconteceu também em outros países”.

“A invasão ao Capitólio nos Estados Unidos ainda é uma história em curso, inclusive do ponto de vista judicial. Todos nós vamos ainda saber muita coisa”, acrescentou.

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