Cientistas acreditam estar mais próximos de desvendar o segredo para viagens no tempo, e a chave pode estar em estruturas teóricas chamadas cordas cósmicas.
Essas formações, descritas como fios invisíveis ao olho nu, porém com a massa de milhares de estrelas, intrigam os físicos por sua possível conexão com os maiores mistérios do Universo.
As informações são da BBC, que entrevistou o professor Ken Olum, da Tufts University; David Chernoff, da Universidade Cornell, e J Richard Gott, da Universidade de Princeton — todas nos Estados Unidos.
As cordas cósmicas, se existirem, seriam extremamente finas e poderiam ter formatos variados: longos tubos que se estendem ao infinito ou laços fechados sobre si mesmos.
Apesar de sua extrema finura, possuem uma densidade extraordinária, equivalente à massa de dezenas de milhares de estrelas, e gradualmente perdem energia ao emitir ondas gravitacionais enquanto vibram.
Dois tipos de cordas cósmicas
Os físicos sugerem duas possíveis origens para as cordas cósmicas.
O primeiro tipo, conhecido como supercordas cósmicas, é baseado na teoria das cordas, que propõe que as partículas fundamentais do Universo são, na verdade, cordas vibrantes.
Essas supercordas poderiam estar espalhadas pelo cosmos, fornecendo pistas sobre a estrutura do Universo e, possivelmente, o segredo das viagens no tempo.
O segundo tipo seria um legado das primeiras fases do Universo, formado numa transição cósmica inicial.
Essas cordas seriam como “cicatrizes” deixadas nesse processo, similares às rachaduras que surgem quando a água congela.
Cordas cósmicas e viagens no tempo
Uma das teorias mais fascinantes envolvendo cordas cósmicas está relacionada à possibilidade de viagens no tempo.
Segundo o físico teórico J. Richard Gott, caso duas cordas cósmicas se movessem próximas à velocidade da luz, poderiam criar um loop no espaço-tempo.
Esse loop funcionaria como um buraco de minhoca, abrindo uma passagem teórica para o passado ou o futuro.
Buraco de minhoca
Entretanto, detectar essas cordas é um desafio imenso.
Por serem incrivelmente densas, deveriam distorcer o espaço-tempo ao seu redor, produzindo um efeito de lente gravitacional que duplicaria a imagem de galáxias.
Porém, estudos recentes indicam que as cordas podem ser menos densas do que se pensava, tornando-as ainda mais difíceis de identificar.
Observando cordas cósmicas
Uma abordagem alternativa para localizar cordas cósmicas seria observar o fenômeno de microlente gravitacional em estrelas individuais.
Caso uma corda cósmica passe diante de uma estrela, poderia dobrar temporariamente seu brilho, criando pistas para sua identificação.
Este método poderia ser crucial para encontrar as cordas cósmicas e, quem sabe, desvendar o segredo das viagens no tempo livres de paradoxos.
Ana Luiza Figueiredo, editado por Bruno Capozzi — Olhar Digital