Febre Oropouche: autoridades de saúde investigam óbito em Maceió

Sesau mantém monitoramento da Febre do Oropouche em Alagoas; que registrou 115 casos em 2024 (até o último dia 5 de setembro)
Diagnóstico da Febre Oropouche é clínico e laboratorial, por meio de exame realizado no Lacen/AL; doença é transmitida aos humanos por mosquitos infectados pelo arbovírus Orthobunyavirus, principalmente mosquitos conhecidos por maruins, encontrados em locais com vegetação. (Foto: reprodução / Carla Cleto)

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) continua realizando o monitoramento da quantidade de casos de Febre do Oropouche em Alagoas.

O acompanhamento é feito em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde e medidas de mitigação e orientação da população para a prevenção também são executadas.

Vale lembrar que o principal vetor de transmissão da doença é o inseto popularmente conhecido como maruim.

Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus continua no inseto por alguns dias, que transmite a doença ao picar alguém saudável.

Os sintomas são dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia, ou seja, bem parecidos com os da dengue.

Algumas ações para a mitigação dos casos podem ser realizadas pela população, conforme explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, enfermeira Waldinea Silva.

A superintendente estadual de vigilância em saúde, Waldineia Silva, diz que a Febre Oropouche tem sintomas parecidos aos da dengue e chikungunya

“É fundamental sempre fazer a limpeza da casa e retirar possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas. Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele também ajudam na prevenção”, expôs.

Estudos científicos indicam a possibilidade significativa de que o vírus Oropouche possa ser transmitido de gestantes para os fetos e cause a perda dos bebês.

Portanto, mulheres grávidas devem adotar recomendações extras, como a proteção das residências com redes de malha fina nas portas e janelas, além do uso de mosquiteiros nas camas.

Epidemiologia

Dados da Sesau apontam que Alagoas registrou 115 casos de Oropouche em 2024, até o último dia 5 de setembro.

Todas as ocorrências foram confirmadas por meio de biologia molecular realizada pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL).

A faixa etária entre 20 e 29 anos foi a com mais casos de infecções no estado.

O município de Palmeira dos Índios segue apresentando o maior número de casos, com 94 confirmações (82,46%). Tanque D’Arca contabilizou quatro casos (3,51%), Viçosa, três casos (2,63%), Estrela de Alagoas, Japaratinga e Maceió com dois casos (1,75%).

Já Arapiraca, Atalaia, Coruripe, Igaci, Murici, Porto Calvo e União dos Palmares apresentam um caso cada.

Na comparação de casos por zona de residência, 82 casos foram registrados em indivíduos residentes na zona rural (71,93%), 26 casos em residentes da zona urbana (22,81%) e seis casos (5,26%) estão sem informação da zona de residência.

Até a última nota técnica da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevisa) da Sesau, emitida na última terça-feira (17), um óbito, proveniente de Maceió, está em investigação.

O diagnóstico dos casos é feito com o uso da metodologia de RT-PCR em tempo real, que apresenta resultados negativos para dengue, zika e chikungunya e positivo para Oropouche.

É importante salientar que a Sesau e as SMSs seguem fazendo investigações epidemiológicas para determinar o local de origem das infecções para garantir o controle efetivo da situação.

Josenildo Torres; repórter: Daniel Tavares

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