O estado do Texas, nos Estados Unidos, principal ponto de entrada ilegal de imigrantes no país, tem tornado mais rigorosa a fiscalização na fronteira.
Por isso, criminosos que trazem imigrantes para os Estados Unidos mudaram a rota para o Arizona, um lugar mais inóspito e onde a fiscalização é mais difícil.
O deserto é chamado de Deserto da Morte, e fica ao lado de terras controladas pelo Cartel de Sinaloa, o mais poderoso do México.
Nem todos os coites deixam os imigrantes perto do muro, alguns coiotes levam os imigrantes para longe porque querem burlar a fiscalização.
Levam para um deserto que tem a sensação térmica, que chega a 50 graus, é repleto de plantas espinhentas e cobras venenosas.
Quem se perde no deserto tem poucas chances de sair vivo a não ser que seja resgatado.
“A maior causa de mortes é a hipertermia”.
“As pessoas estão viajando em condições muito quentes – quando elas ficam superaquecidas, perdem a capacidade de raciocínio”.
“Andam em círculos, ficam exaustas, se sentam e algumas acabam morrendo”, explica Paul Nixon, um dos voluntários da organização Green Valley Samarithans, que faz rondas para procurar pessoas perdidas.
A equipe do Fantástico registrou o momento exato em que grupos de diversos países cruzavam o muro. São grupos com adultos e crianças.
Uma mulher de Honduras conta que a travessia durou 1 mês.
O coiote que acompanha o grupo dá as últimas instruções para os imigrantes antes de cruzarem a fronteira dos Estados Unidos.
Do lado mexicano, o coiote fica à vontade em falar com a equipe do Fantástico.
Ao ser perguntado sobre a razão pela qual começou a fazer esse trabalho, ele diz que foi por “necessidade”.
Ele conta que sua maior preocupação é “encontrar os militares mexicanos”, porque podem prendê-lo por tráfico humano, e que para ele não é tráfico, porque ele está ajudando às pessoas que estão tentando entrar ilegalmente nos EUA.
Entre 2021 e 2023, os Estados Unidos registraram um recorde de travessias ilegais.
Cerca de 2 milhões por ano.
As deportações quase dobraram de 2022 para 2023.
E, em junho deste ano, o presidente Biden assinou uma medida que dá mais poder às autoridades de imigração para deportar quem é apreendido depois de cruzar a fronteira.