Canabidiol em todas as unidades da rede municipal de saúde e o maior mercado público de Maceió com padrão das lojas de home center são algumas das propostas do ex-vereador Lobão (SDD) para a administração da capital.
Para a sua administração – sim, Lobão quer ser prefeito de Maceió.
Ele diz que já é o nome que seu partido escolheu para a disputa no ano que vem.
Em Alagas, a legenda tem como presidente Adeilson Bezerra e no diretório municipal, Gustavo Pessoa.
“Estou muito animado”, diz o ex-vereador, ante a possibilidade de pôr em prática as ideias para capital – e que são muitas.
Uma das que já estão em rede social é da imagem: a ampliação da pista no alto da passagem de nível do Jacintinho, para desafogar o trânsito na região.
Porém, pessoas próximas o têm aconselhado a rever os planos: uma eleição para a Câmara, com o que adquiriu de capital político, seria tido como certa – ou bem próximo.
Já uma eleição majoritária, nem tanto – ou nem isso.
Entre os correligionários está a também política Danúbia Barbosa, única mulher na disputa pelo Governo do Estado, quando da eleição indireta que levou o então deputado Paulo Dantas ao cargo de governador-tampão.
Candidata nas eleições de 2022, ela deverá voltar à disputa ano que vem – agora por uma vaga na Câmara Municipal.
Mas, quando Lobão propõe a distribuição do medicamento cuja eficácia já foi comprovada no combate à fibromialgia, tratamento para epilepsia ou ministrado para pacientes diagnosticados com TEA (transtorno do espectro autista) – e que nada tem a ver com efeitos alucinógenos da mesma planta com que se faz a droga ilícita – fala com a propriedade da condição de autor da lei que garante a produção do medicamento em âmbito estadual.
Pelo potencial de atendimento às pessoas com familiares diagnosticados com alguns desses, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor (MDB), fez questão de assinar a medida que tornou lei o projeto na própria bancada ocupada pelo então deputado, no plenário da Casa, em vez de na Mesa diretora, como lhe garante a prerrogativa de presidente.
No curto período de mandato, de nove meses, ele se orgulha de ter sido relacionado entre os parlamentares mais eficientes.
Nascido Anivaldo Luís da Silva, Lobão se notabilizou por encampar demandas, em particular da região central de Maceió – e as de aspecto bem prático.
Coube a ele abrir e manter cinco banheiros públicos em locais como a praça Montepio dos Artistas; o que o levou a ampliar a proposta, levando a iniciativa para a orla.
Segundo ele, também foram propostas suas, quando vereador, a construção de uma ciclovia na Fernandes Lima, tocada na gestão atual, e a instituição de fila para embarque, nos pontos de ônibus situados na rua do Comércio.
“Mas, levaram sete anos para regulamentar”, reclama.
A filiação ao novo partido se deu em junho deste ano, segundo ele, já com vistas a concorrer à Prefeitura.
Lobão é um cidadão que se tornou político – para muitos, o caminho a ser seguido; em vez de o contrário.
Essa condição é que lhe garantiria, por exemplo, chegar com facilidade a várias regiões de Maceió, a vários redutos, ter votos de vários segmentos – insatisfeitos com políticos tradicionais e, portanto, simpatizantes, eleitores em potencial, fiéis – ou que poderiam vir a ser.
A insatisfação do eleitorado foi uma das razões que o levaram a receber 24 mil votos, na eleição de 2016, tornando-o o mais votado daquele pleito. Dois anos depois, se lançou para a Assembleia e conseguiu 22 mil votos.
Porém, ao tentar a reeleição de vereador, teve apenas 3.471 votos – num fenômeno inverso ao do pleito anterior: sair da condição de mais votado para a de não conseguir se reeleger.
Porém, a onda de votos de protesto da primeira eleição ainda lhe garantiu a segunda suplência para a Assembleia.
Na eleição municipal em que não se elegeu, o então deputado estadual Marcelo Beltrão chegou à Prefeitura de Coruripe, abrindo vaga para o primeiro suplente, o atual deputado reeleito Ronaldo Medeiros – cotado para ser o nome petista para disputar a cadeira de prefeito de Maceió ano que vem.
E da eleição que participou a correligionária Danúbia – que tirou Paulo Dantas da Assembleia para o governo de Alagoas – Lobão chegou lá.
Para os aliados, também contam a seu favor a “flexibilidade” política – eufemismo para ausência de convicção ideológica: Lobão começou sua carreira política pelo PSB, foi filiado ao PR (hoje PL) e já esteve no MDB.
Ou seja, foi da centro-esquerda à direita com o mesmo estilo de cabelo.
A marca registrada, contudo, em fevereiro teve de dar lugar ao visual mais condizente com a proposta de ser prefeito – pelo menos na reacionária Maceió.
Outro elemento que o marcava e que teve que afastar, por conselhos políticos, foram as camisetas da banda – que ainda mantém, mas, não está mais tão presente.
Para quem analisa ou acompanha o universo político sob o olhar mais pragmático, Lobão deveria se lançar vereador, consolidar seu nome e, em 2028 tentar a Prefeitura ou, em 2026, uma vaga na Assembleia.
Para ele, contudo, o que vale é tentar colocar seus muitos planos em prática, ajudar, mudar, a vida de pessoas.
