Em comentário em seu perfil em rede social, o professor e analista internacional Oliver Stuenkel informou que a Dinamarca deve aprovar nas próximas semanas nova lei que prevê o recrutamento de mulheres para o serviço militar.
A medida, segundo ele, é justificada pelo país europeu “citando a necessidade de fortalecer as forças armadas diante do contexto geopolítico cada vez mais imprevisível”.
“Em 2015 e 2017, a Noruega e a Suécia deram passos semelhantes”.
No último dia 7 de março, a Suécia também adotou medida que repercutiu em todo o mundo: entrou para a Otan (a aliança militar ocidental – criada para fazer frente à união militar dos países aliados à antiga União Soviética, o Pacto de Varsóvia).
“Se a medida for aprovada, o que é visto como provável, homens e mulheres podem ser recrutados a partir de 2026”, acrescenta Stuenkel.
A justificativa da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, foi: “propomos uma igualdade total entre os gêneros e não temos dúvidas de que uma maior igualdade entre homens e mulheres criará uma defesa mais moderna e diversificada, que reflete os tempos em que vivemos”.
O país, assim como os outros dois vizinhos da Escandinávia, é uma monarquia.
E como é comum na maioria das casas reais pelo mundo, seus integrantes são militares de carreira, prestando serviço militar de modo regular – e não raro, servindo em conflitos, como um dos herdeiros britânicos, que foi piloto de helicóptero em guerra no Oriente Médio.
No país citado por Stuenkel, a rainha consorte, Maria, tem posto de oficial e integra a Guarda Nacional dinamarquesa.
Ainda se referindo às mudanças na área de defesa a serem implantadas pelo país nórdico, o analista informou que “a Dinamarca também vai aumentar a duração do serviço militar de quatro para onze meses, tanto para homens quanto para mulheres e elevará os gastos militares para 2% do PIB”.
“Frederiksen também deixou claro que a Dinamarca não busca ameaçar ninguém”, acrescentou, referindo-se à primeira-ministra:
“Estamos investindo em nossa defesa para evitar a guerra no mundo, em que a ordem internacional está sendo desafiada”.
“A Dinamarca é um dos maiores doadores de ajuda militar à Ucrânia e não há dúvida de que a atual estratégia do governo em Copenhagen precisa ser vista no contexto de uma preocupação crescente na Europa com futuras agressões russas para além da Ucrânia”, concluiu o analista.