Em sua conta no X/Twitter, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, escreveu sobre a importância de se “manter a memória e a verdade histórica” sobre o golpe e a ditadura militar no Brasil.
Segundo Dilma, isso é crucial para que a “tragédia” do regime militar não se repita.
Dilma Rousseff foi presa pelos militares quando tinha 19 anos de idade e só saiu aos 22.
Sob custódia do Estado brasileiro, a ex-presidente foi submetida à tortura em pau arara, à palmatória, a choques elétricos e a socos.
Ela falou sobre o que sofreu na ditadura em depoimento ao Senado Federal no dia 7 de maio de 2008:
“Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira”, disse.
“Eu tinha 19 anos, fiquei três anos na cadeia e fui barbaramente torturada”.
“Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores compromete a vida de seus iguais”.
“Entrega pessoas para serem mortas”, disse, quando perguntada sobre ter mentido, mesmo sob tortura.
“Eu me orgulho muito de ter mentido”, concluiu.
Sob tortura, muitos opositores à ditadura de 64 acabavam revelando localização de demais integrantes; o que acabavam levando à prisão, tortura e morte destes.
“Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar que ocorreu no Brasil há 60 anos, em 31 de março de 1964, é crucial para assegurar que essa tragédia não se repita, como quase ocorreu recentemente, em 8 de janeiro de 2023”, enfatizou.
“Como tentaram agora, naquela época, infelizmente, conseguiram”.
“Forças reacionárias e conservadoras se uniram, rasgaram a Constituição, traíram a democracia, e eliminaram as conquistas culturais, sociais e econômicas da sociedade brasileira”.
“O presidente João Goulart, legitimamente eleito, foi derrubado e morreu no exílio”, continuou.
“No passado, como agora, a História não apaga os sinais de traição à democracia e nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade daqueles que exilaram e mancharam de sangue, tortura e morte a vida brasileira durante 21 anos”.
“Tampouco resgata aqueles que apoiaram o ataque às instituições, à democracia e aos ideais de uma sociedade mais justa e menos desigual”.
“Ditadura nunca mais!”, finalizou.