De Água Branca, Maria Helena é a 1ª doutora quilombola de Alagoas

Egressa do Curso de Letras da Ufal, Campus Sertão, ela concluiu o Doutorado em Linguística
Maria Helena concluiu o Doutorado em Linguística com a tese intitulada “Tu, Você, Ocê e Cê na Comunidade Quilombola Serra das Viúvas / Água Branca-AL” (foto: reprodução / redes sociais)

Maria Helena Menezes de Souza, 29 anos, é a primeira doutora quilombola de Alagoas, egressa do Curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Campus Sertão.

Ela é natural de Água Branca, a cerca de 300 km de Maceió.

Maria Helena concluiu o Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (PPGLL/UFAL) com a tese intitulada: “Tu, Você, Ocê e Cê na Comunidade Quilombola Serra das Viúvas / Água Branca-AL”.

A conquista histórica da primeira doutora quilombola, egressa do Curso de Letras da Ufal, foi celebrada pelos perfis oficiais da Universidade e do Campus Sertão, no Instagram.

“Mulher, deficiente, negra e quilombola, natural de Água Branca – AL, Maria Helena enfrentou desafios e obstáculos que muitos nem imaginavam”, celebrou o perfil @ufalserao_oficial.

“Mas sua paixão pela pesquisa científica e sua sede de conhecimento a impulsionaram a seguir em frente, trilhando um caminho de conquistas e abrindo portas para outras mulheres negras e quilombolas que sonham com a academia”, acrescentou o @ufalserao_oficial.

Visibilidade

Ao Alagoas Notícia Boa (ALNB – responsável por esta reportagem), Maria Helena revelou que o sentimento é de felicidade e gratidão pela conquista.

Falou em resistência e perseverança para atingir os objetivos e disse que deseja servir de inspiração a outros quilombolas.

“O sentimento é de estar abrindo portas, novas possibilidades para os quilombolas, mostrando que é possível quando a gente quer, busca e é perseverante”.

“Além de servir como modelo, quero dar visibilidade, dar voz ao nosso povo quilombola, às nossas comunidades que são tão marginalizadas”, afirmou Maria Helena ao ALNB.

A doutora agradeceu à comunidade quilombola dela, a Serra das Viúvas, e à orientadora Elyne Vitório, à Ufal, aos amigos e familiares.

“A educação muda as nossas vidas. Mudou a minha e pode mudar a vida de muitas pessoas”.

“Não deixe de – além de procurar o seu sucesso, ser um profissional bem realizado –, fazer com que as outras pessoas se espelhem em você e que vão atrás das suas conquistas”, concluiu.

Severino Carvalho — ALNB — Alagoas Notícia Boa

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