Continua afundando solo da mina que colapsou em Maceió, diz Defesa Civil

Primeira vez que medição é divulgada após o colapso constata ritmo de movimentação de terra menor
Região afetada pelo colapso: Defesa Civil volta a divulgar monitoramento mostrando que afundamento continua. (Foto: arquivo)

O solo na região da mina que colapsou em Maceió no último dia 10 continua afundando, segundo informou a Defesa Civil.

Essa é a primeira vez desde o rompimento que a instabilidade no local é divulgada.

O dado foi apresentado nessa sexta-feira (22).

O ritmo de movimentação de terra no local, no entanto, é bem menor do que o registrado antes.

De acordo com o órgão, o solo afundou 29,48 cm nos últimos 10 dias, com uma velocidade de 0,69 mm por hora. Já o movimento do solo registrado nas últimas 24h foi de 16,66 mm.

No boletim divulgado pela Defesa Civil horas antes de a mina colapsar, o ritmo da movimentação do solo era de 0,52 cm/h e profundidade de afundamento, 2,35 metros.

A mina 18 e todo o seu entorno estão desocupados desde o primeiro aviso de risco de colapso na região, divulgado no dia 29 de novembro.

O local ficou sem monitoramento por dois dias, já que o equipamento usado para medir com alta precisão a movimentação do solo foi levado pela água quando a mina sem rompeu sob a lagoa.

Um novo equipamento foi colocado próximo do local do rompimento no dia 12 de dezembro, mas a Defesa Civil disse que precisava de tempo até a consolidação dos dados coletados para medir se o solo havia se estabilizado ou se continuava afundando.

A Polícia Federal cumpriu esta semana 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à Braskem, em Alagoas, Sergipe e no Rio de Janeiro.

A investigação busca descobrir se a empresa falsificou documentos para manter a extração de sal-gema durante décadas.

A superintendente da PF em Alagoas, delegada Luciana Paiva Barbosa, disse que a investigação constatou uma “discordância entre o que foi realizado efetivamente na mina e aquilo que estava na autorização dada à empresa”.

Em nota enviada ao G1 (responsável por esta reportagem), a Braskem informou que as atividades sempre foram “acompanhadas e fiscalizadas pelos órgãos públicos competentes e com as licenças de operação correspondentes”. Disse ainda que está acompanhando a operação da PF e disse que “está à disposição das autoridades, como sempre atuou. Todas as informações serão prestadas no transcorrer do processo”.

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