Contas de luz devem subir 5,6% em 2024, diz Aneel – linhas privatizadas é um dos motivos

Informação foi antecipada pelo diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, em entrevista à CNN
No ano passado, a Aneel previa alta de 6,8%; um dos motivos para a alta é a aquisição de linhas de transmissão pela iniciativa provada – “concessionárias precisam ser remuneradas, via tarifa, por esses investimentos”. (Foto: reprodução)

Os reajustes das contas de luz devem subir 5,6% em 2024, conforme projeções inéditas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que fez uma estimativa média para as 52 concessionárias de distribuição do país.

A informação foi antecipada pelo diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, em entrevista à CNN (responsável por esta reportagem).

No ano passado, a Aneel previa alta de 6,8% — o aumento efetivamente verificado foi de 5,9%.

A projeção para os reajustes médios deste ano supera tanto as estimativas de mercado para o IGP-M (4,04%) quanto para o IPCA (3,86%) captadas no último boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.

De acordo com Feitosa, há três razões principais para que a previsão de reajustes médios esteja acima da inflação.

Uma é a expansão da rede básica de energia, com leilões de linha de transmissão em 2023 e em 2024 que somam R$ 60 bilhões em novos investimentos.

As concessionárias precisam ser remuneradas via tarifa por esses investimentos.

O segundo motivo é o aumento dos subsídios no setor.

A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que congrega as subvenções nas tarifas de energia e é rateada pelos consumidores de todo o país, deve alcançar R$ 37 bilhões em 2024.

No ano passado, foi de R$ 34 bilhões.

Desde 2010, houve crescimento de 269% da CDE.

Por fim, Feitosa cita o fim da devolução dos créditos tributários decorrentes da exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins.

Mais de R$ 50 bilhões estão sendo devolvidos aos consumidores por pagamentos indevidos, mas a maioria dos créditos foi usada em 2022 e em 2023.

Como resta apenas um valor residual, o alívio nas contas de luz fica menor.

Daniel Rittner – CNN / Brasília

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