Consórcio que gerencia abastecimento de água no Sertão deve ser convocado a se explicar sobre serviço

No mesmo debate, deputados anunciaram que tarifa por metro cúbico deve passar de R$ 3,95 para R$ 4,16
Consórcio Águas do Sertão, responsável pelo fornecimento na região, foi alvo de críticas na sessão da Assembleia Legislativa, nessa terça-feira (14); deputado propôs audiência pública para cobrar informações. (Foto: reprodução)

Representantes do consórcio Águas do Sertão, responsável pelo fornecimento em 34 municípios da região, devem ter que comparecer à Assembleia Legislativa para explicar sobre os problemas apontados na prestação do serviço.

A proposta foi apresentada por deputado, em pronunciamento na sessão desta terça-feira (14).

O parlamentar, que é da região, tendo seu principal reduto na cidade de Piranhas, sertão do São Francisco, informou que vai entrar com requerimento para convocação de uma audiência pública pela Assembleia, para tratar da questão.

“Tem decepcionado demais, não disse a que veio porque desde que começou a operar na região, só tem feito uma coisa: a troca de hidrômetros”, criticou o deputado Inacio Loiola (PDT), referindo-se à prestação do serviço da atual concessionária.

A exemplo do que aconteceu com a região metropolitana da capital, o consórcio Águas do Sertão assumiu a distribuição de água em 34 municípios do sertão de Alagoas, incluindo Delmiro Gouveia, Piranhas, Pariconha e Santana do Ipanema, cidades citadas por ele e das quais recebeu reclamações de má prestação do serviço.

Na capital, a BRK assumiu a distribuição de água entre Barra de Santo Antônio e Barra de São Miguel, do litoral até os municípios de Atalaia e Murici – que mesmo não fazendo limite com Maceió, foram incluídos na região metropolitana.

Nas duas situações, a companhia pública, a CASAL (Companhia de Saneamento de Alagoas) ficou com as atribuições de captação e tratamento.

Para os críticos do que se chamou de privatização, a companhia ficou com o osso e a iniciativa privada recebeu o filé – já que a primeira etapa do processo apresenta maior demanda, enquanto a segunda inclui a parte mais rentável: a cobrança das faturas.

À época, a BRK informou que faria investimentos para a melhoria da vazão, combate a vazamentos (com troca de rede) e desvios (roubo) de água.

No entanto, as intervenções têm se notabilizado por causar transtornos, entre outros, para o trânsito, pelas obstruções para escavações de acesso à rede subterrânea.

Ao citar as reclamações que recebeu, o deputado relatou o caso de um imóvel no município de Santana do Ipanema em que a mudança do medidor resultou num consumo informado equivalente a três mil litros, fazendo a conta passar dos R$ 500,00 – o que, por sua vez, segundo ele, punha em questão a idoneidade dos equipamentos.

“É uma vergonha; uma coisa inexplicável”, criticou; “parece que estão fazendo a cobrança pela fachada das casas”, acrescentou – em vez de se cobrar pela contagem do hidrômetro.

“Muitas pessoas dizem que os técnicos [da empresa] entram nas casas procurando saber apenas quantas pias tem nos imóveis, quantos sanitários”.

“Não procuram ver o consumo, procuram saber só isso”, acrescentou.

Pelas reclamações, Loiola disse que vai encaminhar à Mesa diretora da Assembleia requerimento para convocação de uma audiência pública para cobrar explicações.

“E quando a população procura saber alguma coisa, eles [empresa] passam a responsabilidade para a CASAL, que não tem culpa nenhuma; dizem para procurar a CASAL”, questionou, alegando que o serviço não é de responsabilidade da companhia, que, a exemplo da região metropolitana, ficou com as atribuições de captação e tratamento.

Ao final do pronunciamento, o parlamentar informou que em dezembro, a tarifa pelo metro cúbico (equivalente a mil litros) passará de R$ 3,95 para R$ 4,16.

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