O Congresso dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (1º) cassar o mandato do deputado George Santos, filho de imigrantes brasileiros.
Santos, que responde por 23 acusações na Justiça dos Estados Unidos, se tornou o sexto deputado na história dos Estados Unidos a ser expulso da Câmara.
A votação veio após um recente relatório apontar diversas irregularidades e crimes financeiros nos quais Santos está envolvido.
O deputado, que é filho de brasileiros e se elegeu ano passado pelo Partido Republicano, nega as acusações e afirma ser vítima de um “cerco intimidatório” e “uma perseguição política”.
Para a expulsão ser confirmada, era preciso a aprovação de dois terços da Câmara – ou seja, 287 deputados dos 435 eleitos.
Na terça-feira, Santos, de 35 anos, disse que não iria renunciar: “Se eu renunciar, facilitarei as coisas para este lugar. Este lugar é administrado com base na hipocrisia. Cansei de desempenhar um papel no circo. Se quiserem que eu deixe o Congresso, terão que fazer uma votação difícil”.
Entre outras coisas, ele é acusado de utilizar dinheiro de doações em cirurgias com técnicas de botox e como usuário do site pornográfico Onlyfans, fraude com cartões de crédito e roubo de identidade. Também é acusado de receber seguro-desemprego ao qual não tinha direito durante a pandemia do coronavírus, antes de sua eleição.
Antes da decisão desta sexta, a Câmara havia feito duas tentativas anteriores de expulsar o deputado, mas as votações fracassaram.
Desta vez, no entanto, a proposta de expulsão ganhou o apoio de muitos correligionários de Santos.
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Há duas semanas, um relatório dos legisladores republicanos e democratas membros do Comitê de Ética da Câmara encontrou “enormes evidências” de má conduta por parte de Santos e alegou que ele havia “tentado explorar de maneira fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para seu próprio benefício financeiro”.
Recentemente, Santos declarou-se inocente de acusações federais como a de ter fraudado doações de campanha, assim como de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.
O legislador chegou ao Congresso em 2022, ajudando os republicanos a conseguir uma maioria mínima na Câmara.
No entanto, pouco tempo depois, revelou-se que havia mentido sobre quase tudo o que constava em seu currículo aparentemente extraordinário.
Se a expulsão for confirmada, será a primeira vez desde 2002 que a Câmara expulsa um dos seus. Apenas cinco legisladores foram expulsos da Câmara dos Representantes.
G1