O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, reafirmou nesta segunda-feira (29) sua posição em relação à não inclusão de João Cândido, o Almirante Negro, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Em declarações à imprensa durante um evento sobre transição energética no mar, segundo o jornal O Globo, Olsen afirmou que sua decisão não foi motivada por questões ideológicas ou racistas.
De acordo com Olsen, a posição contrária à homenagem a João Cândido está fundamentada em uma análise dos fatos históricos relacionados à Revolta da Chibata, na qual João Cândido foi uma figura central.
Ele destacou que a Marinha se posiciona com base no “mérito” e citou o exemplo de outro herói naval, Marcílio Dias, como um exemplo de reconhecimento.
O comandante também alegou que sua posição não é uma questão de discriminação racial, mas sim uma avaliação dos eventos históricos e dos valores da instituição.
Ele enfatizou que a Marinha reconhece os erros do passado, como os castigos físicos praticados nos navios, mas que isso não implica automaticamente no reconhecimento de um “heroísmo infundado”.
A declaração Olsen gerou revolta na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, com críticas vindas principalmente da base governista.
Deputados que apoiam a inclusão de João Cândido na lista de heróis nacionais se reuniram com seu filho, Adalberto Cândido, que reiterou a importância do pai como um herói para o país, independentemente de reconhecimento oficial da Marinha.
A proposta de inclusão de João Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi apresentada na Câmara pelo deputado Lindbergh Farias e está sendo relatada por Benedita da Silva, ambos do PT do Rio de Janeiro.
Brasil 247 — citando O Globo