Em fantasias coloridas e verde-amarelas, milhares lotam Parada LGBT+ em SP

Evento com mais de 16 trios ocorre neste domingo (02) na Avenida Paulista; concentração começou às 10h
Multidão acompanha a 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, na Avenida Paulista, neste domingo (02). (Foto: Fábio Vieira / Fotorua / Estadão Conteúdo)

A 28ª Parada do Orgulho LGBT+ reúne milhares de pessoas pela Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (2).

O evento conta com mais de 16 trios elétricos e tem na programação diversos shows, entre eles Pabllo Vittar, Glória Groove e Filipe Catto.

O tema deste ano é “Basta de Negligência e Retrocesso Legislativo – Vote Consciente por direitos da população LGBT+”.

Segundo os organizadores, a proposta é incentivar discussões sobre a necessidade de contar com representantes que acolham demandas da população LGBTQIAPN+.

Como houve “dress code” definido pela organização para o público ir com roupas nas cores da bandeira do Brasil, em verde e amarelo, e, também, nos tons do arco-íris, muitos já apareceram na avenida com fantasias nessas cores por volta das 10h30.

Durante à tarde, o público passou a gritar ” a bandeira é nossa”.

Segundo os organizadores, o objetivo é incentivar “a retomada dos nossos símbolos”, em referência às cores da bandeira brasileira.

Nos últimos anos, as cores verde e amarelo e as camisetas da seleção brasileira ficaram associadas aos atos contra a esquerda e em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Aqueles com figurinos mais elaborados passaram a ser abordados para tirar fotos.

Ambulantes já estavam a postos também com fantasias coloridas durante a concentração.

A pediatra Bianca Dray, de 52 anos, é de Paraty (RJ) e conta que é a primeira vez que participa da parada para acompanhar o filho Gustavo. “Eu tenho muito orgulho do meu filho e quero celebrar com ele”, afirmou ao G1 (responsável por esta reportagem).

Um grupo de mulheres, parte de um movimento que incentiva o motociclismo feminino, decidiu marcar presença no evento com cartazes que trazem a frase “abraço de mãe”.

“É a primeira vez que viemos como movimento”.

“É para levar amor mesmo, para quem não tem esse carinho, que está no processo de aceitação”, diz Virginia Siqueira, 52, nutricionista.

Durante as primeiras horas do evento, a maioria dos discursos nos trios elétricos focou na importância do voto e sobre direitos.

“A gente é da All Out, uma ONG pelos direitos da comunidade LGBT+, e a gente trabalha fazendo campanha de mobilização e de pressão para aprovar ou barrar um projeto de lei”.

“Estamos aqui para colher um pouco do que a galeria gostaria de ter nesse momento de interação. Com as eleições ainda, a gente acha que é um bom momento para fazer isso”, diz Ana Clara Toledo, uma das responsáveis pela ação.

Trajeto diferente e segurança

Pela primeira vez desde 1997, a Parada está com um trajeto diferente por causa das obras na Paulista.

Por isso, os trios estão percorrendo o lado ímpar da avenida, com o público sendo orientado a entrar no evento pelas ruas Haddock Lobo e Bela Cintra.

Cerca de 1,4 mil policiais reforçam a segurança no evento.

Para coibir furtos de celulares e outros crimes, alguns agentes vão circular à paisana em meio à multidão, como ocorreu no Carnaval.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também desenvolveu um esquema especial para monitorar a festa.

Na semana passada, agentes iniciaram o monitoramento de redes sociais para identificar grupo ou organização destinado à prática de crimes.

Confira os destaques da programação deste ano:

Trio Amstel, com Glória Groove

Trio Burger King, com Banda UÓ

Trio Loreal Brasil, com Sandra de Sá e Ludmillah Anjos

Trio Terra, com Tiago Abravanel, Filipe Catto e Minhoqueens

Trio Vivo, com Pabllo Vittar

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