Com conta de Collor zerada, Justiça penhora R$ 478 mil de esposa para pagar dívida trabalhista

As contas bancárias da família do ex-presidente estão na mira para pagar dívidas da TV Gazeta, que se encontra em recuperação judicial
Fernando Collor e a esposa Caroline, com quem é casado há 19 anos: Justiça do Trabalho determina penhora dos bens da atual esposa de Collor para pagamento de dívida trabalhista – montante foi liberado exatos cinco após demissão de jornalista que constituiu advogado para recorrer à Justiça. (Foto: reprodução / redes sociais)

O espaço reproduz texto publicado pelo portal Terra, assinado pela jornalista Maria Clara Andrade.

Material semelhante foi publicado nesta quinta-feira (11), pelo UOL, no blog do jornalista Carlos Madeiro.

Segue o texto publicado no portal Terra.

Após cinco anos da demissão em massa de jornalistas da TV Gazeta envolvidos em uma greve, uma ex-funcionária conseguiu a primeira indenização e pagamento de seus direitos trabalhistas.

A mulher recebeu na última quinta-feira (4), R$ 478 mil, que precisaram ser penhorados da conta bancária de Caroline Serejo Medeiros Collor de Mello, esposa do ex-presidente Fernando Collor.

A história começou em 4 de julho de 2019, quando 15 jornalistas da afiliada da Globo em Alagoas foram demitidos, em uma atitude que foi vista pela classe como retaliação a uma greve promovida por eles no dia anterior.

Os jornalistas protestavam contra a possibilidade de redução em 40% do piso salarial da classe no Estado, proposição que teria sido apoiada pela Gazeta.

“Foi aí que começou o drama da gente”.

“Porque ninguém recebeu até hoje, a empresa entrou em recuperação judicial e tem sido uma novela”, conta Marcos Rolemberg, advogado que defende o grupo, ao Terra.

“Ele também era um dos jornalistas demitidos na ocasião”.

Atualmente, há 33 trabalhadores representados por Rolemberg com ações judiciais contra a TV Gazeta, pertencente à família Collor.

O julgamento referente à jornalista que conseguiu a indenização de R$ 478 mil transitou em julgado ainda em 2022.

Os nomes de Collor e sua esposa foram vinculados ao pagamento das dívidas porque, em outras ações judiciais, a emissora mostrou não ter condições de arcar com as indenizações.

Com isso, passou-se a buscar pelo patrimônio dos sócios.

Na conta do ex-presidente, porém, a Justiça encontrou apenas pouco mais de R$ 14. Rolemberg acusa Collor de estar usando “subterfúgios” para se esquivar de pagar as dívidas totais.

“Nosso desafio é ir no patrimônio dele”.

“A gente sabe que tem patrimônio”, afirma.

Por causa dessa suspeita, Rolemberg entrou com outra ação contra Collor e sua esposa, também representando a jornalista que recebeu a indenização.

Dessa vez, os dois foram para a vara criminal, onde acusam o ex-presidente de fraude à execução judicial e crime contra o patrimônio.

O Terra (responsável por esta reportagem) informou que “tenta contato com a equipe de comunicação de Fernando Collor e a matéria será atualizada quando houver retorno”.

Maria Clara Andrade — Redação Terra

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