CEI da Braskem: o quanto parte da Câmara quer investigação

Mobilização vai além do âmbito municipal, embora seja visando a eleição municipal
Plenário da Câmara de Maceió e uma das áreas afetadas pela mineração: investigação vira arma para a oposição – visando essas cadeiras e a do próprio prefeito. (Foto: reprodução)

O recesso no legislativo de Maceió, que já tem sua movimentação pelo ano eleitoral que se avizinha, reserva no caso Braskem mais um elemento de tensão.

Governo do Estado e demais integrantes da oposição ao prefeito JHC (PL) não vão querer perder a oportunidade para usar o colapso da mina 18 para desgastá-lo.

Para isso, porém – e como rege um dos ensinamentos políticos –, precisam que a Câmara aprove a Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o caso.

Para além do episódio, a investigação é um trunfo e tanto para vereadores e demais forças políticas que estão de olho em 2024.

A CEI está para o município assim como as CPIs estão para assembleias estaduais e, em participar para o Congresso.

Bem sabe o brasileiro, desde os idos do impeachment de Fernando Collor, o que podem causar de estrago – daí serem tão temidas.

E em diversas frentes.

Numa, provoca o desgaste natural de produzir elementos que podem servir de denúncias, agora e na campanha eleitoral.

Noutra, faz a fritura desse desgaste ir se arrastando pelo tempo que a investigar durar: e apesar de essa duração estar previamente definida, a oposição ao prefeito deve tentar fazer com que se arraste pelo máximo possível.

Noutra ainda, pode produzir, guardadas as devidas proporções, a exposição de oposicionistas que projetou parlamentares e depoentes – não só positivamente – a CPI da pandemia.

Daí o interesse do governo do Estado em fazer a CEI sair do papel.

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