Bebê de dois meses com cardiopatia rara passa por cirurgia inédita

Cardiopediatria e Projeto Respirar, dois serviços da rede estadual, fazem primeira cirurgia em conjunto
Bebê de dois meses com cardiopatia congênita rara na recuperação pós-operatória do procedimento inédito em Alagoas. (Foto: reprodução / ASCOM SESAU)

Pela primeira vez, o recém-implantado serviço de Cardiopediatria e o Projeto Respirar se uniram em uma cirurgia complexa, realizada em uma bebê de apenas dois meses.

O procedimento apontado pelos responsáveis como marco para a saúde em Alagoas foi o desfecho satisfatório de situação que teve início na última quinta-feira (28), no Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene, em Maceió.

A pequena Maria Heloá Pereira foi internada com quadro grave de dificuldade respiratória e diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave, bronquiolite aguda e estreitamento traqueal importante.

Durante os exames, realizados no Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, a equipe do Projeto Respirar identificou uma compressão com estreitamento da traqueia e na investigação complementar identificou-se uma cardiopatia congênita rara: o duplo arco aórtico, anomalia que comprime a traqueia e dificulta a passagem do ar.

Diante do quadro delicado, a equipe do Hospital da Mulher entrou em contato com o setor de cardiopediatria do Hospital do Coração e a solução foi a cirurgia de correção do duplo arco aórtico, associada à broncoscopia e possível plastia traqueal, reunindo especialistas da Cardiopediatria e do Respirar em um esforço conjunto para devolver qualidade de vida à paciente.

“É um marco que enche de orgulho toda a gestão do governador Paulo Dantas”.

“O que antes era impensável, hoje se torna realidade: um tratamento de alta complexidade, unindo expertises do serviço de Cardiopediatria e do Projeto Respirar, dois braços essenciais da saúde pública alagoana”.

“Essa cirurgia não é apenas uma vitória médica, mas o reflexo direto dos investimentos e da visão do Governo de Alagoas em priorizar a vida”, destacou o secretário de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda.

O cirurgião torácico e coordenador do Projeto Respirar, Wander Mattos, ressaltou a importância da parceria para a realização da cirurgia.

“Quando ela foi internada com o quadro de desconforto respiratório grave, fizemos o exame de broncoscopia e suspeitamos da doença, realizando todo o algoritmo diagnóstico que manda a medicina e descobrindo a doença”.

“O Respirar nasceu para cuidar das doenças respiratórias complexas, e aqui encontramos um exemplo perfeito de como a união de especialidades salva vidas”.

“Essa bebê tinha risco elevado por causa da compressão traqueal, e a abordagem conjunta foi fundamental para que ela tivesse o melhor tratamento possível”.

Para o cirurgião cardiovascular pediátrico José Leitão, que liderou a equipe da Cardiopediatria, o caso representa o início de uma nova era.

“O duplo arco aórtico é uma malformação congênita rara e de difícil diagnóstico”.

“Quando conseguimos identificá-lo precocemente e corrigir cirurgicamente, oferecemos à criança a chance de crescer sem limitações impostas pela doença”.

“Foi emocionante ver a integração das equipes trabalhando em sincronia por essa vida”.

A mãe de Maria Heloá, Manuela Pereira, que acompanhou a bebê desde o primeiro dia de internação, revelou o sentimento de alívio com a cirurgia bem-sucedida.

“Ela ficou internada com quadro de bronquiolite e foram feitos exames que constataram que ela tinha um probleminha no coração”.

“Agora é só agradecer a Deus e aos médicos”.

“O atendimento foi ótimo, tanto aqui no Hospital do Coração quanto no Hospital da Mulher”.

“É um alívio passar o que a gente passou e ver que ela vai se recuperar e voltar para casa”.

“Não há palavras para descrever o que estou sentindo”.

O procedimento foi executado com sucesso, e a bebê ficou em acompanhamento na cardiopediatria do hospital, com cuidados intensivos.

Ela foi transferida nesta segunda-feira (1º) para o Hospital da Mulher, onde continuará recebendo assistência até a completa recuperação.

Neide Brandão / ASCOM SESAU

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