Biden acredita em transição e Kamala Harris é o “futuro do partido”, diz Casa Branca

Presidente dos EUA continua a declarar publicamente sua intenção de permanecer na disputa
Biden e Kamala Harris caminham na Casa Branca: presidente dos Estados Unidos mantém a vice-presidente, intencionalmente por perto nos últimos eventos da agenda. (Foto: reprodução / Reuters / Evelyn Hockstein)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ainda acredita que é um “candidato de transição”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, nesta quarta-feira (03).

Jean-Pierre acrescentou durante a coletiva de imprensa que a vice-presidente, Kamala Harris, é o “futuro do partido”.

“Acho que a declaração dele é válida”.

“Quero dizer, uma das razões pelas quais ele escolheu a vice-presidente, Kamala Harris, é porque ela é de fato o futuro do partido”, disse Jean-Pierre quando questionado por MJ Lee da CNN (responsável por esta reportagem) sobre os comentários anteriores do presidente americano.

Biden se autodenominou uma “ponte” para futuros líderes democratas, em um evento de campanha ao lado de Harris, do senador Cory Booker e da governadora Gretchen Whitmer em março de 2020.

“Olha, eu me vejo como uma ponte, e não como qualquer outra coisa”, disse Biden em 2020.

“Você viu toda uma geração de líderes atrás de mim”.

“Eles são o futuro deste país”, o político americano acrescentou.

Plano de sucessão toma forma

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mantém a vice-presidente, Kamala Harris, intencionalmente por perto nos últimos eventos da agenda.

Alguns exemplos incluíram um convite para participar da reunião noturna com os governadores democratas na Casa Branca, um almoço em sua sala de jantar privada e a participação de uma aparição conjunta durante uma ligação com a equipe de campanha em Wilmington.

Um conselheiro sênior de campanha de Biden disse à CNN, que a mensagem é clara:

“Ele está com ela”.

O presidente continua a declarar publicamente sua intenção de permanecer na disputa.

Mas caso ele decida se afastar, está tomando forma um plano de sucessão para a campanha presidencial democrata contra Donald Trump, que deverá destacar totalmente a relação Biden-Harris.

Vários dirigentes e conselheiros do partido dizem que há planos em andamento para que Biden dê imediatamente seu apoio a Harris, liberte seus deputados democratas e peça-lhes que façam o mesmo.

Antigos presidentes e líderes partidários seguiriam o exemplo, na esperança de evitar uma luta controversa para liderar a chapa democrata.

“Quem se levantaria contra nossa histórica vice-presidente para ser nosso candidato a presidente?” disse um alto funcionário democrata à CNN, falando sob condição de anonimato antes de qualquer decisão formal de Biden.

Na verdade, Harris está fazendo de tudo para evitar ser vista como alguém que está à frente do presidente.

Ela disse novamente à sua equipe hoje que o momento dessa decisão “cabe apenas a Biden tomar”, segundo um assessor.

Na Casa Branca esta noite, foi notável que o presidente e seus conselheiros convidaram Harris para participar da reunião com os governadores, que a coloca na mesma sala que alguns dos mesmos homens e mulheres que poderiam se tornar desafiantes – ou, como o plano de contingência estabelece – seus próprios companheiros de uma potencial chapa, caso Biden encerre sua candidatura à reeleição.

Faltando quatro meses para o dia das eleições, conselheiros seniores de campanha disseram que seria uma negligência não fazer planos de contingência.

A chamada virtual deverá ocorrer semanas antes da convenção democrata de 19 de agosto em Chicago, o que acelera a decisão da campanha.

Se Harris finalmente se tornasse a candidata presidencial democrata, ela herdaria a infraestrutura política e um robusto cofre de guerra, considerando que se trata da campanha Biden-Harris.

O plano de sucessão democrata está esperando acima de tudo uma coisa, dizem os conselheiros: Biden.

Jeff Zeleny, Samantha Waldenberg — CNN

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