Beta: conheça a geração que começa em 2025 – e pode ver chegar século XXII

Características são estudadas e catalogadas por sociólogos; um dos objetivos é identificar tendências de consumo
Imagem mostra mãe e bebês olhando um tablet: pela estimativa de viva da população mundial, os Beta (nascidos a partir de 2025) devem ainda viver a transição para o próximo século, que começa no ano 2101 – definição de caraterísticas de cada geração é buscada para, entre outros objetivos, estabelecer tendências de consumo. (Foto: reprodução / Alexander Dummer / Unsplash)

Nos primeiros dias de janeiro, o Brasil registrou o nascimento de bebês que fazem agora parte de uma nova geração, a “Beta”.

Esse grupo será composto de pessoas que nasceram entre 2025 e 2039.

Segundo o Google Trends, plataforma que aponta as principais pesquisas na página de busca, o termo “geração Beta” teve um pico de popularidade no começo deste ano – ou seja, muitas pessoas procuraram sobre o assunto.

E uma das principais buscas foi: o que significa essa geração.

Para o sociólogo e professor Sérgio Czajkowski Júnior, a mudança de geração Alpha para a Beta marcará uma vivência mais expressiva da sociedade com a inteligência artificial (IA).

Conforme o professor, para a população Beta, praticamente, não haverá distinção entre o digital e o real.

“Eles serão nativos digitais com a questão da natividade já conectada com a Inteligência Artificial. A geração que está aqui agora, no máximo com seus 13, 14 anos, já encara perfeitamente essa relação com o universo digital”.

“E a geração que está nascendo agora [Beta] vai ter essa relação com a I.A, que para boa parte da população é misteriosa, ainda está se revelando enquanto ferramenta”, comentou o professor ao G1 Paraná (responsável por esta reportagem).

Outra característica é que a nova geração será a primeira geração pós-pandemia da Covid-19, ou seja, sem conhecimento de um trauma coletivo experienciado recentemente pela população mundial, como pontua o professor Sérgio.

Pela estimativa de vida na população mundial, os Beta devem ainda viver a transição para o próximo século, que começa no ano 2101.

Sociólogo explica características da geração Beta

Mas quem define quando muda uma geração?

As características são estudadas e catalogadas por sociólogos, com vários objetivos.

E um dos principais é identificar um tipo de tendência de consumo.

Essa divisão ajuda as marcas e as empresas a criarem produtos e serviços que gerem interesse em cada uma das gerações.

Por exemplo, as calças jeans.

Na virada do milênio, o modelo skinny ganhou força contra o que era usado nos anos 90.

A nova vestimenta tinha como objetivo valorizar o corpo. Porém, alguns anos depois, o modelo mom veio com força, visando dar mais conforto aos clientes – em resumo, as nomenclaturas de gerações servem para as pessoas gastarem mais dinheiro ao criarem uma identidade.

As gerações visam também ajudar a entender quais são as visões de mundo, maneiras de se portar, de se relacionar, e forma de comunicação de cada um dos grupos.

E para descobrir em qual geração se encaixa, é preciso considerar o ano em que nasceu.

Veja como ficaram definidas as antigas gerações:

A geração silenciosa é a mais antiga: define-se por quem nasceu entre 1923 e 1946;

Já os babyboomers são os que vieram ao mundo entre 1947 e 1963;

Por sua vez, a geração X contempla pessoas nascidas de 1964 a 1983;

Os millennials são as pessoas nascidas de 1984 a 1995;

A geração Z é determinada por quem nasceu de 1995 a 2009;

E, por fim, a geração Alpha: os nascidos a partir de 2010.

Interação e mistura das gerações

A troca de experiência entre gerações no ambiente corporativo está cada vez mais comum.

Agora, quatro gerações estão dividindo espaço no mercado – Baby boomer, X, Millennial e Z.

E, logo menos, as empresas contarão com a geração Alpha.

A mistura entre gerações é resultado de um fenômeno mundial: as pessoas estão trabalhando por mais tempo.

Samantha Boehs, especialista em comportamento no ambiente de trabalho, explicou ao G1 Paraná que, para existir harmonia entre equipes, é preciso entender o perfil de cada faixa etária.

“É rico ter pessoas de diferentes gerações”.

“É esse olhar que a gente tem que ter e não na lógica de que um está contra o outro”.

“Hoje a gente sabe que, quanto mais heterogêneo o ambiente de trabalho, mais produtividade para a empresa, mais resultado”, avalia.

O gerente executivo de Tecnologia, Inovação e Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Fabrício Lopes, também afirmou ao G1 Paraná que as empresas precisam entender a mudança de contexto e reduzir a rejeição a pessoas mais velhas.

“Quando você mistura no mesmo ambiente jovens saindo da universidade, com 24, 23 anos, com pessoas com mais de 60, você cria multi skills e isso gera inovação”.

“Então, as empresas que estão conectadas no futuro já estão misturando essas pessoas”, completa.

Redação G1

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