Ataques a forças de paz no Líbano podem “constituir crime de guerra”, diz ONU

Israel é acusado de invadir base no sul do país; israelenses mataram mais de 40 mil palestinos, diz Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas
Veículos da Unifil são vistos em Marjayoun, no Líbano, perto da fronteira com Israel: “ataques contra forças de paz violam o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário”, diz secretário-geral da entidade. (Foto: reprodução / Reuters / Karamallah Daher)

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou neste domingo (13) que quaisquer ataques contra forças de paz “podem constituir um crime de guerra”, disse seu porta-voz depois que tanques israelenses invadiram uma base de manutenção da paz no sul do Líbano.

Essa é a mais recente acusação de violações e ataques israelenses contra a missão de manutenção da paz da ONU, conhecida como UNIFIL, nos últimos dias.

“As forças de paz da UNIFIL permanecem em todas as posições, e a bandeira da ONU continua a tremular”, pontuou o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric em uma declaração.

“O Secretário-Geral reitera que o pessoal da UNIFIL e suas instalações nunca devem ser alvos”.

“Ataques contra forças de paz violam o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário”.

“Eles podem constituir um crime de guerra”, advertiu.

O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio.

De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.

No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques.

O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.

Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.

A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.

Reuters

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