Repare nas imagens e, caso queira, por favor responda: concorda ou não?
É “só” um pensamento ou tem algo nas entrelinhas? Algo que deve ser decifrado – e contestado?
Em outras palavras: é “só” um pensamento ou contém doutrinação?
Antes de qualquer outra colocação, vale frisar que os questionamentos não são motivados por rancor ou crítica, hein?
Antes pelo que consideramos nobre e digno – e, enfim, a missão deste espaço: propor a discussão (e não enquanto briga, mas, enquanto reflexão).
A proposta me ocorreu num processo: primeiro, me deparei com a do “chão” amarelo (das savanas, talvez); depois, nesta sexta-feira (10), já com a segunda versão.
Mostrando que, ou a ideia foi boa o bastante para inspirar mais de um perfil, ou vai além: há uma “campanha” em curso …
E, por fim, a motivação que faltava para dividir com quem se dispuser a ler: os comentários – os quais, conforme o perfil, podem garantir boas risadas, mais reflexões e até ensinamentos.
Sim (só para finalizar a explicação – já voltamos ao tema), ensinamentos, sim.
No comentário de um que já não me ocorre, uma professora explicava a razão por trás do gesto mundialmente “famoso” – e muito mal-educado – de mostrar o dedo médio como forma de agredir: teria nascido na batalha de Agincourt (ou Azincoutr, em 25 de outubro de 1415), tida como a mais decisiva na Guerra dos Cem Anos, entre Inglaterra e França – então, a nação mais poderosa.
A razão: é que o dedo médio era a “mira” para os arqueiros conseguirem precisão no disparo.
Depois de vencer a batalha, aos montes, os ingleses fizeram o gesto para os cadáveres dos inimigos.
Dito isto, voltemos ao debate: por tais razões, sempre procuro os comentários –e pelo bordão “vim pelos comentários” que se vê em muitas publicações, consultar as avaliações que se faz das postagens, pelo visto, é hábito não só meu, como o segundo mais comum (depois somente do de visualizar a publicação, claro!).
Pois bem, além de um comentário admitindo “não entendi”, alguns me chamaram a atenção para o já sabido grau de acirramento em nosso ambiente virtual.
Para além dos que simplesmente concordaram, houve quem defendesse que o “discurso de igualdade só serve para quem detém a supremacia”.
Ou seja: achar que as zebras (metáfora para nós, humanos) são todas iguais – ao aplicar o conceito para nós, claro, é enganação.
E outro comentário destacou que as “zebras de listras brancas” escravizaram as de listras pretas… e por aí vai.
É incontestável: para quem tem um mínimo de consciência, é necessário questionar, ter em mente que a humanidade é movida por sentimentos bons e ruins, que há discursos de ódio e nada mais certo que o bordão (para nos mantermos no âmbito da fauna) “raposa em pele de cordeio”.
Vide o mau exemplo de igrejas que usam “a Palavra de Deus” para fazer tudo – e qualquer coisa –, menos o que Deus mandou.
Conhecimentos que não advêm necessariamente do curso de Filosofia ou prestado semestres de Sociologia na faculdade – e principalmente Sociologia da Comunicação, para entender essa aplicação.
Basta ter bom senso, senso de justiça, capacidade cognitiva – pensar um pouco.
Qual a minha opinião?
Sim, temos que buscar a igualdade, mas, a partir do pressuposto de que se quer, desde muito tempo – e ainda hoje – diferenciar homens e mulheres, pessoas de um lugar e os de outro, de uma ou de outra crença ou fé, de uma ou de outra condição social e econômica.
Buscar o correto reconhecendo o que há de errado a nossa volta.
Só venceremos o racismo reconhecendo-o – e adotando uma postura de derrotá-lo, não de nos conformarmos (“não basta não ser racista; é preciso ser antirracista!”).
Assim como reconhecendo os segmentos explorados, desvalorizados ou estigmatizados e fazendo algo para pôr fim a tais diferenças.
Como disse, aprecio o ambiente virtual pelo que pode nos trazer de contribuição cognitiva.
E é dela, novamente, que me permito tirar a conclusão para o raciocínio e, para tal, adotando uma postura de distanciamento – real, não só virtual: mais precisamente da ordem de 1,6 bilhão de quilômetros.
Diz-se que foi era a esta distância que uma das naves Voyager se encontrava, orbitando Saturno, quando o genial Carl Sagan (cujo aniversário de nascimento foi nessa quinta-feira, 09) recomendou que o comando da missão voltasse uma de suas câmeras para a região do Sistema Solar onde estaria a Terra.
E fizesse uma foto.
O minúsculo ponto branco (na minha visão) revelado na foto não por outra razão o inspirou a escrever o magnifico texto que intitulou “Pale blue dot” (mais precisamente pálido ponto azul).
O que isso tem a ver com as zebras?
A proposta do texto de Sagan – contida no trecho em que lembra que todas as guerras, toda a arte e beleza, toda a História, tudo de bom e de mau feito pela humanidade se resume, se concentra e, em especial, se reduz àquele pálido pontinho azul – de que, afinal, na vastidão de algo muito maior, somos apenas e tão somente uma “coisa” só, um pálido pontinho.
Que pode ser a mesma da comparação que usa os equídeos das postagens, só que colocada de outra forma.
Ou vamos questionar que na vastidão do Cosmos não somos, mesmo, nada – e que somos todos iguais?