Após polêmica, Flávio Bolsonaro vai mudar PEC das Praias

Proposta gerou debate entre ambientalistas e celebridades, incluindo o jogador Neymar e a atriz Luana Piovani
Ato público em protesto pela tramitação da matéria no Congresso: texto da PEC das Praias, no Senado, foi discutido numa audiência pública, mas não houve debates em comissões nem passou pelo plenário. (Foto: reprodução)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da PEC das Praias, vai alterar o texto do projeto de lei após polêmicas envolvendo a pauta.

Ele vai incluir na matéria um artigo que cita as praias como “bens públicos de uso comum”. Leia abaixo:

“Art. As praias são bens públicos de uso comum, sendo assegurado o livre acesso a elas e ao mar, ressalvadas as áreas consideradas de interesse de segurança definidas em legislação específica.

Parágrafo único. Não será permitida a utilização do solo que impeça, ou dificulte, o acesso da população às praias”.

O objetivo do filho do presidente é acabar com a polêmica que trata o projeto como uma proposta para “privatizar as praias”.

O senador deve enviar o texto à Casa nos próximos dias.

Entenda o caso

A PEC das Praias gerou debate entre ambientalistas e celebridades, incluindo o jogador Neymar e a atriz Luana Piovani após o tema viralizar nas redes sociais na última semana.

O texto no Senado foi discutido numa audiência pública, mas não foi debatido pelas comissões nem pelo plenário.

O texto discutido no Senado prevê a autorização para a venda dos terrenos de marinha a empresas e pessoas que já estejam ocupando a área.

Pelo projeto, os lotes deixariam de ser compartilhados, entre o governo e quem os ocupa, e teriam apenas um dono, como um hotel ou resort.

A PEC foi proposta em 2011 pelo ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA) e aprovada em 2022 pela Câmara com o apoio dos Estados e municípios litorâneos.

Essa delimitação remonta ao Brasil Colônia, em 1831, e, também, inclui rios e lagos afetados pelas marés.

Os lotes correspondem a 48 mil quilômetros em linha reta e representam 70% das áreas sob posse do governo federal.

Hoje, a União, como proprietária dos terrenos de marinha, pode conceder o uso e até a transmissão dessas terras aos herdeiros, mediante o pagamento de impostos específicos por parte dos empreendimentos.

Amanda Carvalho, Edilene Lopes

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