A jornalista Helena Chagas, por meio de postagem no X, antigo Twitter, neste domingo (28), afirmou que o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, está em situação “parecida” com a do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, o general Gonçalves Dias.
- Dias foi demitido após a divulgação de imagens suas caminhando no Palácio do Planalto durante os ataques de bolsonaristas golpistas.
A divulgação das imagens deu a entender que ele teria de alguma maneira sido condescendente com os criminosos, e a pressão foi tamanha que o militar acabou sendo substituído.
Para Helena Chagas, Corrêa, assim como G. Dias, “foi traído por informações falsas” e por seus subordinados.
Nos últimos dias foram noticiadas informações de que a Polícia Federal investiga uma possível atuação da atual direção da Abin para proteger o ex-diretor da Agência e deputado federal Alexandre Ramagem (PL–RJ) e outros envolvidos em um esquema de espionagem ilegal.
“Chefe da Abin convocou reunião de emergência durante ação da PF”, foi uma das manchetes da semana.
“Diretoria da agência tentou obstruir busca e apreensão”, também divulgaram portais, sobre atuação de Corrêa.
“Pode-se dizer que o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, seja bolsonarista e tenha entrado em conluio para acobertar responsáveis por espionagem ilegal contra adversários do governo passado?”, diz ela.
“De jeito nenhum”, enfatiza.
“Mas Corrêa começa a ficar em situação parecida com a do general G. Dias, que nada teve a ver com o 8/1 mas foi traído por informações falsas e viu subordinados compactuarem com a tentativa de golpe — e, por aí, perdeu o cargo de ministro do GSI”.
“Em território próximo, parece que a Abin padece do mesmo tipo de infiltração.
“O que mostra que não basta eleger um novo governo e mudar as coisas lá em cima”.
O corporativismo de alguns órgãos age fortemente para preservar os seus, independentemente do chefe — que percebe que, para sobreviver ali, tem que fazer alguma espécie de pacto interno”.
“O problema é quando esse acordo é usado pelos que são ligados à ordem anterior para acobertar atos como a espionagem ilegal”.
“Pior ainda quando o episódio está no contexto de uma disputa entre duas fortes corporações: PF x militares/Abin”, publicou Helena.