Duas das 35 minas que a Braskem mantinha para extração de sal-gema em Maceió se conectaram e agora formam uma cratera sob o solo maior que a da mina que colapsou no mês de dezembro.
Nessa terça-feira (30), a Defesa Civil Estadual informou que a cavidade, agora chamada de mina 20/21, está se movimentando e não descarta o risco de rompimento.
“Se um dia ela vir a ter o colapso, a gente sabe que ela chega na superfície com um tamanho menor”, afirmou o capitão Douglas Gomes, chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual.
“Da data do último exame, que foi em novembro, para esse, essas duas minas se deslocaram no sentido vertical [para cima] cinco metros”, acrescenta.
“Apesar de parecer tão distante, pelo tamanho da mina, já requer um pouco mais de cuidado”.
Uma análise feita por meio de uma sonda introduzida no interior da mina 20/21, localizada inteiramente sob a Lagoa Mundaú, apontou que ela está a 723,78 metros abaixo da superfície, com 121 metros de altura por 96 metros de largura e volume de 340,297 m³, quase dez vezes maior que a cratera aberta na mina 18.
A mina conjugada e a mina 18 ficam muito próximas uma da outra.
Tanto é que o monitoramento foi uma recomendação da Defesa Civil para avaliar o quanto o colapso de dezembro impactou nas cavidades vizinhas. A próxima mina a ser analisada por meio de sonar é a 29, também sob a lagoa.
O estudo apontou ainda que, em novembro de 2023, o topo da mina 20/21 ficava a uma profundidade de quase 730 metros.
Em janeiro deste ano, essa profundidade passou a 723,78 metros, o que comprova a movimentação em direção à superfície.
Em cinco anos, desde que surgiram as primeiras rachaduras em casas e nas ruas por causa da mineração realizada na região pela Braskem, mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.
A Defesa Civil Estadual ressalta que, mesmo que aconteça o colapso da mina 20/21, não há risco para a população da cidade porque os imóveis no entorno da área das minas já foram desocupados.
“Risco para população é zero, porque o local já foi todo evacuado. O local está todo seguro. Pode, sim, ter o risco de colapso como teve na [mina] 18. A gente não sabe se isso vai acontecer, por isso que continua, então, o monitoramento”, disse o capitão Douglas Gomes.
G1/AL e TV Gazeta