AL: cobra de 5m resgatada em chácara onde aconteceu chacina em Arapiraca

Espécie píton é exótica – originária da Ásia – e albina, condição que a torna ainda mais rara
Cobra píton resgatada em propriedade de escultor preso por chacina em Arapiraca mede mais de 5 metros; além dela, uma jiboia também foi resgatada na casa do escultor preso pelo assassinato de 4 jovens no Agreste de AL. (Foto: reprodução / BPA/PM)

Com mais de 5 metros de comprimento, a cobra píton albina encontrada na chácara do escultor preso por matar quatro jovens de 15 a 20 anos em uma chacina na última sexta-feira (29) em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, é uma espécie exótica originária da Ásia.

A informação é do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), que fez o resgate do animal.

A píton asiática é considerada uma das maiores serpentes do mundo capaz de se enroscar em uma presa até matá-la asfixiada.

No caso da píton resgatada, a falta de pigmentação a torna ainda mais rara.

Por suas características, muitas vezes essa cobra é confundida com uma jiboia.

Essa espécie pode apresentar risco de desequilíbrio ecológico.

Segundo o professor de Ciências Biológicas do Instituto Federal de Brasília (IFB), Marcos Vitor Dumont Junior, apesar de não ser venenosa, a píton é capaz de se reproduzir sozinha, o que pode ser um grande problema, já que não existe predador dela no Brasil.

A píton resgatada era mantida dentro do banheiro da casa do escultor preso.

Além dela, uma jiboia também foi encontrada na propriedade onde aconteceu a chacina.

As duas cobras resgatadas pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) foram levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama.

Investigações da chacina

Regivaldo da Silva Santana, conhecido como Giba, foi preso e confessou que matou os quatro jovens com a ajuda de um sobrinho.

Natural de Porto da Folha (SE), ele é escultor e atirador desportivo e caçador (CAC).

O escultor já produziu imagens sacras para diversos municípios alagoanos.

Outros dois homens, incluindo o sobrinho de Giba, foram presos em Sergipe, no sábado (20).

Wesley Santana Sá e Adriano Santos Lima.

A dupla contou que foi obrigada pelo escultor a ocultar os cadáveres das vítimas, assassinadas com tiros na cabeça.

Eles negam que tenham participado da execução.

A versão de Giba é de que as vítimas foram mortas por causa de um furto que teria acontecido dentro da propriedade dele.

Durante a caçada aos dois jovens, um tiro acidental teria atingido um deles. A partir daí, Giba resolveu executar o outro e as namoradas deles.

A Polícia Civil investiga se essa versão se sustenta.

Os outros dois presos em Sergipe contam que estavam na propriedade e ouviram uma discussão entre Giba e os jovens antes do crime.

Vivi Leão — G1/AL

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