Análise da água da Praia do Carro Quebrado, no município da Barra de Santo Antônio, litoral norte de Alagoas, vai apontar o tipo de microalgas que causaram o fenômeno “maré vermelha”, que provocou intoxicação em centenas de pessoas. Técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL) fizeram coletas de amostras na quinta-feira (1º) e na sexta (02).
Maré vermelha: entenda o fenômeno raro que provoca danos à saúde
Banhistas apresentaram sintomas como enjoo, falta de ar, febre e dores no corpo após contato com as toxinas liberadas pelas microalgas nas praias de Maracaípe e de Tamandaré, em Pernambuco, e na praia de Carro Quebrado, no litoral norte de Alagoas.
O pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Manoel Costa, afirmou que o resultado da análise deve ficar pronto na próxima semana.
“Nós vamos identificar qual foi o possível grupo de organismos que estavam ocasionando a maré vermelha e depois quantificar, porque a gente precisa também ter um quantitativo para mostrar o que pode ter ocasionado essa grande quantidade de organismos naquele ambiente”, afirmou o pesquisador.
Um trecho da Praia de Carro Quebrado chegou a ser interditado, mas foi liberado. Os banhistas devem ficar atentos para coloração e odor diferentes no mar.
O professor da Ufal, o oceanógrafo Gabriel Le Campion, explicou que o fenômeno é raro e pode surgir em qualquer ponto ao longo da costa.
“São florações normais, que podem ser tóxicas ou não”, explicou.
“É um fenômeno raro e que não é frequente, pode ocorrer em qualquer lugar do litoral, ao longo da costa”, acrescenta.
O especialista explica que os microrganismos se multiplicam muito rápido.
“Fatores como clima muito quente, estiagem, facilitam ainda a mais o surgimento desses microrganismos”, disse.
Segundo o professor, o desequilíbrio no meio ambiente pode causar o surgimento dessas algas.
“Elas precisam de nutrientes para se multiplicar e o homem pode interferir na formação dessas algas nocivas diante dos nutrientes que jogamos na água”, afirmou.
Como a maré vermelha acaba?
Os micro-organismos se diluem na água e a concentração desses organismos diminui naturalmente. Depois de um tempo, eles continuam filtrando água até ficar livre da toxina.
Roberta Batista, Ragi Torres – G1/AL e TV Gazeta