Adiada análise da PEC da autonomia financeira ao Banco Central

Discussão no Senado será retomada na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da próxima semana
Discussão será retomada na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da próxima semana; análise ocorre em meio aos confrontos entre Lula e Campos Neto. (Foto: reprodução / Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal adiou, nesta quarta-feira (03), a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que confere autonomia financeira e administrativa ao Banco Central.

A discussão foi interrompida por um pedido de vista coletivo dos senadores que compõem o colegiado — portanto, um prazo maior para examinar o assunto — e deverá ser retomada na próxima sessão.

O relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM), já apresentou relatório favorável à PEC.

A proposta em discussão amplia a autonomia do Banco Central convertendo-o em uma empresa pública — hoje uma autarquia vinculada ao Governo Federal — e desvincula-o do Ministério da Fazenda.

A PEC prevê que a instituição elabore e execute o próprio orçamento, submetendo as contas apenas à aprovação do Congresso Nacional.

O texto é um prolongamento da lei complementar sancionada em 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), que garantiu autonomia operacional ao BC.

A análise da PEC em tramitação na CCJ ocorre em meio à intensificação das disputas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O mal-estar recorrente entre eles escalou nos últimos dias diante da alta do dólar no país, que fechou a R$ 5,66 nessa terça-feira (02).

Governistas defendem o adiamento da discussão da PEC, mas, ainda não há posição oficial sobre a proposta.

Lara Alves

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