Os termos básicos do acordo firmado entre Israel e Hamas preveem a libertação de 50 mulheres e crianças mantidos como reféns em Gaza, em troca de 150 prisioneiros palestinos e uma pausa de quatro dias nos bombardeios e combates. Nas entrelinhas, há mais: o estímulo à desaceleração de uma guerra que dura seis semanas, mediante a soltura de mais sequestrados do Hamas.
Uma das cláusulas divulgadas pelo governo israelense estabelece que “a libertação de cada dez reféns adicionais resultará num dia adicional de pausa”. Deixa em aberto, portanto, o tempo que duraria a suspensão das operações no território palestino.
Esta possibilidade acalma, em parte, as famílias dos sequestrados, que pressionam intensamente o governo pela libertação de todo o grupo de 240 retidos em Gaza.
Como bem resumiu o colunista David Ignatius, do “Washington Post”, o princípio do acordo é a fórmula “mais por mais”, utilizada nas negociações sobre controle de armas: se o Hamas entregar mais reféns, Israel está disposto a prolongar a pausa.
Familiares de reféns do Hamas mostram retratos dos sequestrados, durante entrevista à imprensa, no Centro Judaico Italiano, em Roma. O grupo se encontrou com o Papa Francisco no Vaticano. — Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP
O jornal “Jerusalém Post” antecipou que o número de libertados nessa primeira fase poderia chegar a 80, calcado no mesmo princípio – o de encorajar novas libertações.
A pausa inicial de quatro dias nos combates começaria amanhã, às 10h (5h em Brasília). A logística é complexa. Israel publicou nesta quarta-feira (22) uma relação de 300 prisioneiros palestinos — mulheres e jovens, que não tenham cometido homicídios. A maioria é formada de adolescentes presos em confrontos na Cisjordânia.
Sandra Cohen/G1 citando The Washington Post