Segue texto postado pelo corresponde da GloboNews em Buenos Aires, Ariel Palacios, sobre o pitoresco candidato da direita e a escolha que os argentinos têm pela frente, a partir do debate do último domingo.
É suscinto – e como deve ser – resume bem a questão.
SOBRE O DEBATE PRESIDENCIAL E ESTA RETA FINAL
Os analistas políticos consideram que Sergio Massa foi o vencedor do debate presidencial de domingo à noite.
Das últimas 11 eleições, entre presidenciais, parlamentares e municipais, Massa participou de 9. É um político calejado.
Mas esta é a 2ª eleição de Milei. Além disso, Milei tem uma instabilidade emocional que cada vez fica mais evidente. Ele ouve vozes de pessoas que não existem e até ouve tosses, como quando ontem reclamou de pessoas tossindo no debate que não o deixavam se concentrar para responder.
Nesse ponto existem dois problemas: se ele for eleito terá que governar esta bomba-relógio social e econômico que é a Argentina…se ele fica nervoso com uma pessoa tossindo, não está preparado para governar este caos…o outro problema é que não existiam grupos de pessoas tossindo no debate…
Massa era um candidato fácil de bater por sua gestão catastrófica da economia e pela corrupção dos governos peronistas. Mas Milei não aproveitou tudo isso, que estava servido de bandeja. Parecia outro Milei. Como se – para ser sutil – tivesse levado uma transfusão de um soporífiero suco de maracujá na veia.
Massa conseguiu esquivar os poucos comentários incisivos de Milei.
Os debates presidenciais são recentes na Argentina…esta é a 3ª eleição com debates das 10 eleições feitas desde a volta…e nestas 3 ocasiões os debates não causaram mudanças nas intenções de voto.
Massa, considero, foi o vencedor. O Guga Chacra e o Marcelo Linss idem. Isto é, Massa venceu ao encurralar Milei.
No entanto, a percepção em muitos setores foi outra…Milei gerou pena! Um estranho efeito, que levou muitas pessoas a considerar que Milei foi surrado verbalmente por um político profissional e causou um sui generis efeito de solidariedade com o candidato extremista.
Massa não explicou como vai tirar a Argentina do desastre. Nem Milei explicou.
Os dois potenciais presidentes nunca deixaram claro qual é o plano real de governo.
Muito wishful thinking, muito blá-blá, mas nada concreto.
De texto de Ariel Palacios – reprodução de rede social