Mulher invade plenário e acusa vereador de abandono na gestação; parlamentar nega

Gestante conta que não consegue falar com vereador e que teria sido bloqueada por ele; Abimael Pessoa diz que prestou apoio à ex-namorada
Mulher invade plenário para fazer a cobrança em plena sessão da Câmara de Murici; prints mostram que vereador comprou o enxoval e mandou os comprovantes para a ex-namorada. (Foto: reprodução / Câmara Murici)

A sessão da Câmara Municipal dos Vereadores de Murici, em Alagoas, precisou ser interrompida depois que uma mulher invadiu o plenário para acusar um vereador de abandono gestacional.

O episódio aconteceu na última quinta-feira (6) e viralizou na internet.

O vereador nega as acusações e diz que tem os comprovantes dos pagamentos de exames, enxoval e de suplementos.

Toda a cena foi transmitida ao vivo pelo site da Câmara.

A mulher, identificada como Paula, entra com um vestido rosa e vai até o vereador Abimael Pessoa (PSB), quando ele discursava no plenário.

Ela chega a explicar que invadiu a Câmara depois de ter sido bloqueada pelo vereador.

A mulher afirma que não tem conseguido contato com Abimael, que pede que ela aguarde o término da sessão.

“Eu tenho que falar com ele, tenho que resolver isso hoje. [Trecho inaudível] É violência psicológica, abandono”.

“Eu sempre disse a ele que eu viria aqui e ele nunca acreditou”.

“Já tentei procurar ele por telefone e sou bloqueada em tudo”, disse a mulher.

Em prints enviados à reportagem, o vereador aparece na conversa com Paula, por WhatsApp, falando sobre o enxoval do bebê e exames de pré-natal.

Tem conversa registrada no dia 25 de maio.

No bate-papo com a ex, ele envia notas fiscais de compras de fraldas, complexos vitamínicos e itens do enxoval.

Ao G1 (responsável por esta reportagem), o vereador Abimael Pessoa informou que a mulher que esteve na Câmara é uma ex-namorada sua e que o relacionamento dos dois terminou em dezembro do ano passado.

Ele nega as acusações e diz que tem arcado com os custos do enxoval e exames.

“Ficamos juntos de outubro a dezembro”.

“Tivemos um relacionamento conturbado e terminamos”.

“Ela disse que estava grávida e, mesmo tendo o sentimento que a criança não é minha, eu tenho ajudado em tudo”.

“Não faltou suporte para ela durante esse tempo, tenho os comprovantes de todos os depósitos que fiz para ela nesse tempo, do enxoval, berço do bebê, guarda-roupa”, disse.

Por causa do incidente, a sessão da Câmara de quinta-feira precisou ser interrompida pelo presidente da Casa, Deivinho Vasconcelos (MDB).

Através da assessoria, ele disse que não iria se pronunciar sobre o assunto por se tratar de questões pessoais do vereador.

O G1 tentou contato com a Paula, mas não havia obtido resposta até a publicação da reportagem.

 

Vivi Leão — G1 / AL

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