Desoneração da folha: Fux pede vista e interrompe julgamento

STF analisa decisão de ministro Zanin; Senado recorreu à corte para manter suspensão
Pedido de vista de Fux paralisou o julgamento no plenário virtual do STF. (Foto: reprodução / Nelson Jr. / SCO / STF)

O ministro Luiz Fux pediu vista e suspendeu o julgamento para confirmar a decisão de seu colega de Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin que suspendeu a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos.

Até o pedido de Fux, os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin haviam votaram para confirmar a decisão individual de Zanin, deixando o placar em cinco votos a zero.

Faltava o voto de um ministro para formar maioria.

Ainda faltam os votos de:

Alexandre de Moraes,

Cármen Lúcia,

Dias Toffoli,

Nunes Marques,

e André Mendonça.

Durante o julgamento, havia também a possibilidade de os ministros pedirem vista – mais tempo para análise – ou destaque, o que levaria o julgamento para o plenário da corte de forma presencial.

Fux pediu vista.

Zanin, relator da ação, tomou a decisão liminar (provisória) na quinta-feira (25), atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Andamento da análise

O relator levou sua decisão para análise do plenário da Corte.

O julgamento começou à 0h desta sexta (26) iria até as 23h59 de 6 de maio.

Se confirmada a decisão de Zanin, ela tem efeito até que o Supremo julgue a ação definitivamente, no mérito da questão. Não há prazo para isso ocorrer.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta sexta-feira (26), que a Casa iria recorrer da decisão, o que foi confirmado na noite do mesmo dia.

Decisão

Na decisão, Zanin suspendeu pontos da lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamento de municípios e de setores da economia até 2027.

Segundo o ministro, a norma não seguiu o estabelecido na Constituição sobre impacto orçamentário e financeiro.

Zanin também disse que a manutenção da norma poderá trazer um “desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal”.

Ao STF, a AGU havia pedido que fosse declarada inconstitucional a desoneração da folha salarial de setores da economia e de municípios aprovada pelo Congresso.

O argumento principal era de que a decisão do Legislativo sobre renúncias de receitas deve ser precedida de avaliação prospectiva do respectivo impacto orçamentário e financeiro”.

Disse ainda que a aprovação da desoneração desrespeitou regras de sustentabilidade fiscal.

Lucas Mendes, João Rosa — CNN / Brasília

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