Em discurso proferido na sessão dessa quinta-feira (21), o deputado Inácio Loiola (MDB) ressaltou a importância da revitalização do rio São Francisco, fazendo referência ao Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta-feira (22).
A data foi estabelecida em 1992 pela Organização das Nações Unidas.
“Neste ano de 2024, o Brasil está discutindo o tema ‘A água nos une e o clima nos move’, o que mostra claramente a necessidade de trabalhar simultaneamente a questão da água e do clima, fatores cruciais para o futuro da humanidade”, disse.
Durante seu pronunciamento, o deputado lembrou que participou da abertura da Semana da Água ao lado de representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, do Instituto do Meio Ambiente e das empresas concessionárias de água.
“A emergência climática nos impõe a necessidade de planejar e preparar a população para adaptações às mudanças climáticas, com respostas eficazes aos efeitos dessa nova realidade”.
“É preciso urgentemente fazer a preservação e a boa gestão dos mananciais”, afirmou.
O deputado destacou que estudos recentes da Agência Nacional de Águas sobre o impacto da mudança do clima nos recursos hídricos no Brasil indicam cenário com tendência de redução na disponibilidade de água para quase todo o País, incluindo centros urbanos e regiões importantes para produção agrícola, como a bacia do rio São Francisco, considerando cenários de curto, médio e longo prazos.
Rio São Francisco
O deputado lembrou que quando o rio São Francisco foi descoberto, em 1501, acreditasse que sua vazão era de 12 a 13 mil litros/segundos; hoje a vazão média é de 1.000 litros/segundo.
“Todos nós sabemos que o rio São Francisco é o maior potencial hídrico do Nordeste e responsável pela geração de energia da Chesf, pelo abastecimento de água de vários municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, além de algumas cidades da Paraíba e do Ceará”, disse.
“É também responsável por 300 mil hectares de irrigação de sua bacia hidrográfica, mais precisamente em Penedo e Igreja Nova”, destacou.
Inácio informou que estudos mostram que todo rio começa a morrer pela sua foz e que, no caso do São Francisco, já se começa a verificar a entrada da água salgada no leito do rio.
“Hoje já temos cidades sacrificadas, como Brejo Grande e Neópolis, em Sergipe, e Piaçabuçu e Penedo, em Alagoas”.
“Para se ter uma ideia, a quantidade máxima de sal por cada litro de água é de 0,5 gramas; o rio São Francisco, na sua foz, já está com 2,7 a 3,0 gramas por litro d’água”, lamentou.
Por fim, o deputado concluiu pedindo para que todos busquem salvar o Velho Chico.
“O rio é um paciente que já está na UTI, numa situação gravíssima”.
“Ou buscamos sua revitalização ou vamos acabar com ele”.
“Ainda quero ir além: essa revitalização não é uma questão técnica, é uma questão política, já que as soluções existem e passam por três etapas: reforço na vazão, recuperação ecológica e a viabilidade, para ele voltar a ser pujante, sendo a principal fonte de desenvolvimento do Nordeste. Vamos salvar o rio São Francisco!”, apelou.
Comunicação/ALE