Após ficar em silêncio, investigado por tentativa de golpe pede novo depoimento ao STF

Tenente-coronel do Exército, Ronald Ferreira de Araújo Júnior, é acusado de participar de discussões sobre minuta golpista
Advogados pediram nesta quarta (13) ao STF, nova data para oitiva. (Foto: reprodução / Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil)

Após ficar em silêncio ao ser convocado pela Polícia Federal (PF), a defesa do tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araújo Júnior mudou a estratégia e afirmou que ele está disposto a responder às perguntas da autoridade policial.

Os advogados pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (13), uma nova data para a oitiva.

O advogado Lissandro Sampaio afirmou à CNN (responsável por esta reportagem) que mesmo diante do acesso parcial ao inquérito, o depoimento é importante para ele dar uma resposta à sociedade.

“Mesmo com conhecimento parcial das acusações e do inquérito e nós temos certeza pela nossa convicção de que nós vamos ter conhecimento da delação [de Mauro Cid] antes da denúncia, ele falar mesmo não tendo respaldo técnico, seria importante para ‘acalentar o coração dele’ para dar uma resposta de que ele não era elaborador da minuta golpista e que nunca houve esse fato”, comentou a defesa.

Nas investigações o tenente-coronel é apontado como uma das pessoas próximas ao ex-ajudante de ordens e, também, tenente-coronel Mauro Cid.

Ele também teria participado da discussão sobre termos de uma minuta para um golpe de Estado.

O advogado afirmou que o militar conhecia Mauro desde que cursaram juntos a escola militar e tinham uma relação de amizade, mas defendeu que de “maneira alguma ele participou de qualquer forma para alguma ação ou alguma ideia para atentar contra o Estado Democrático de Direito”.

Além de Lissandro Sampaio, assina também o pedido ao STF, o advogado João Carlos Dalmagro.

Essa é a segunda defesa, nesta semana, que apresenta mudança na estratégia.

Conforme adiantou a CNN, nesta terça-feira (12), a defesa do coronel Marcelo Câmara afirmou que ele estaria disposto a ouvir eventuais propostas de colaboração, caso seja chamado para prestar depoimento.

Gabriela Prado — CNN / Brasília

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