Mocidade Alegre é bicampeã do carnaval de SP

A escola do bairro do Limão, na Zona Norte de São Paulo, levou para avenida o enredo 'Brasiléia Desvairada – A busca de Mário de Andrade por um país'
Comemoração da direção da Mocidade Alegre e a Ala das Baianas "A Genialidade da Obra de Aleijadinho" da Mocidade Alegre, um dos destaques da escola na passarela paulistana; Dragões da Real e Acadêmicos do Tatuapé ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. (Foto: reprodução / Celso Tavares/G1; reprodução / Gustavo Honório/G1)

A Mocidade Alegre é bicampeã do carnaval de São Paulo. Após a apuração das notas do Grupo Especial de São Paulo nesta terça-feira (13), a Dragões da Real ficou na segunda colocação, e a Acadêmicos do Tatuapé, em terceiro lugar.

A agremiação conquistou seu 12º título e, se tornou, isoladamente, a segunda escola com mais vitórias ao longo da história do carnaval paulista, atrás apenas da Vai-Vai, com 15 títulos.

A escola do bairro do Limão, na Zona Norte de São Paulo, levou para avenida o enredo “Brasiléia Desvairada – a busca de Mário de Andrade por um país”.

A Mocidade mostrou a viagem do escritor modernista pelos rincões do país em busca de entender o espírito e o que move o Brasil.

Um dos pontos altos do desfile foi a ala das baianas.

À primeira vista, as fantasias pareciam feitas de concreto.

Como se tivessem derramado cimento no tecido das saias.

Na verdade, elas simularam a pedra-sabão, material usado pelo famoso escultor Aleijadinho para fazer suas estátuas barrocas em Minas Gerais.

Todo o traje das baianas levou essa pintura de pedra. Na renda, nas luvas e nos cílios.

O responsável pelas fantasias fez pesquisa minuciosa para fazer uma tinta que simulasse a pedra.

Ele pintou 48 baianas em uma semana.

Apuração

“Harmonia” foi o critério de desempate utilizado para definir as campeãs; “evolução” foi o primeiro quesito a ser lido. Em uma experiência rara, nenhuma das 14 escolas do Grupo Especial desfilaram sob chuva.

A leitura das pontuações atribuídas pelos jurados foi acompanhada apenas por diretores das escolas, convidados e profissionais da imprensa.

A jurada Bia Cagliani esqueceu de dar a nota de evolução para a escola Império de Casa Verde, e a Liga das Escolas de Samba fez uma média aritmética para chegar a um número.

Ao final, a Império ficou com 10.

A média aritmética foi feita a partir das últimas notas da escola, e depois a direção arredondou para cima.

Como os jurados atribuem as notas

No momento que pisam na avenida, as escolas começam o desfile com nota 10 em todas as categorias.

A partir daí, os 36 jurados do grupo Especial – quatro de cada categoria – recebem um manual e, a cada décimo tirado, devem justificar com base no documento.

Além disso, os julgadores recebem uma pasta com o que foi planejado pela escola para comparar com o que foi apresentado durante o desfile.

Os quesitos avaliados pelo júri

Evolução: Julga a forma como a escola passa pela avenida, sem deixar buracos e sem correr para cumprir o tempo do desfile.

Comissão de Frente: A coreografia conta com alguns movimentos obrigatórios, como a saudação ao público e a apresentação da escola. Jurados também dão nota para a fantasia e observam se a comissão de frente atende à exigência de no mínimo seis componentes e, no máximo, 15.

Fantasia: Avalia a beleza e o significado das fantasias desfiladas. Os jurados também podem se atentar a detalhes e ao acabamento. Os itens apresentados no desfile devem corresponder ao apresentado anteriormente em desenhos pela escola.

Enredo: Nesse quesito é considerado se o tema está sendo bem contado na avenida, com a ajuda das alas e alegorias, e se o jurado e o público conseguem fazer uma leitura fácil da apresentação.

Samba-enredo: O jurado deve considerar se a letra do samba transmite o enredo proposto pela escola. Já a melodia deve provocar nos componentes a vontade de evoluir, dançar e cantar.

Bateria: Avalia o desempenho dos ritmistas e dos mestres de bateria acompanhando o samba-enredo. Além de alguns instrumentos obrigatórios, é importante que tudo esteja afinado. Também é considerada a “ousadia na performance musical”, com bossa, paradinha, breque, apagão, convenção e virada.

Alegoria: Julga os carros alegóricos – a beleza e a relação com o enredo. As escolas de samba são obrigadas a desfilar com cinco alegorias.

Mestre-sala e porta-bandeira: Considera-se o entrosamento dos dois na coreografia, a graciosidade dos movimentos e, também, as fantasias.

Harmonia: Analisa se os componentes da escola estão integrados, cantando o samba conforme o ritmo da bateria e fazendo as coreografias corretamente.

Como foi a apuração

Durante a apuração, as notas foram lidas por quesito e a menor delas foi descartada. Ao final, as quantias foram somadas e as duas escolas que tiverem as menores pontuações totais foram rebaixadas, disputando o carnaval 2025 no Grupo de Acesso I.

As notas descartadas são sempre o primeiro critério de desempate a ser aplicado. Neste ano, o quesito “harmonia” foi sorteado para servir como o segundo critério. A definição ocorreu na segunda-feira (12), na sede da Liga-SP, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

O desfile das Campeãs será no sábado (17) e contará com as seis escolas mais bem classificadas.

Grupo Especial do Carnaval 2024

Camisa Verde e Branco

Barroca Zona Sul

Dragões da Real

Independente Tricolor

Acadêmicos do Tatuapé

Mancha Verde

Rosas de Ouro

Vai-Vai

Tom Maior

Mocidade Alegre

Gaviões da Fiel

Águia de Ouro

Império de Casa Verde

Acadêmicos do Tucuruvi

G1 / SP e TV Globo — São Paulo

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