Lula escolhe juiz eleitoral que vai julgar cassação de Moro no Paraná

Presidente escolheu advogado para TRE do Paraná – que já chegará julgando mandato de Sergio Moro
Lula escolheu advogado que vai integrar o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e já chegará julgando mandato de Sergio Moro. (Foto: reprodução)

O presidente Lula escolheu o advogado José Rodrigo Sade para assumir uma vaga no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).

A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) nas próximas horas.

O jurista completará a turma que vai julgar o pedido de cassação do senador Sergio Moro (União) no tribunal.

A data do julgamento deverá ser marcada após a nomeação do advogado como integrante da corte eleitoral.

Na terça-feira (06/2), a coluna (responsável por esta reportagem) já tinha noticiado que Sade era o franco favorito para a vaga.

Ele era um dos integrantes da lista tríplice aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e enviada para Lula escolher um dos três nomes.

O jurista já foi advogado do ex-deputado federal Deltan Dallagnol, sendo apontado como o “menos pior” da lista.

Isso porque, embora já tenha defendido Dallagnol no passado, Sade não seria um entusiasta declarado da operação Lava Jato.

O advogado também se articulou.

Segundo apurou a coluna, antes mesmo de ser escolhido para a lista tríplice, procurou integrantes do governo e do PT do Paraná, que passaram a apoiar seu nome para a vaga nos bastidores.

Ligações com Moro e Dallagnol

Os outros dois integrantes da lista tríplice são os advogados Roberto Aurichio Junior e Graciane Aparecida do Valle Lemos.

Ambos têm ligações mais próximas com Moro e com Deltan.

Quando era juiz substituto do TRE-PR, Roberto deu decisões favoráveis a Dallagnol.

Uma delas foi em setembro de 2022, véspera da eleição, quando o ex-procurador disputou uma vaga de deputado federal.

Por meio da decisão, Roberto determinou que sites de esquerda parassem de veicular que a candidatura de Deltan à Câmara teria sido indeferida.

O ex-procurador comemorou a decisão nas redes sociais.

Já Graciane foi nomeada por Moro em 2019, quando ele ainda era ministro da Justiça de Bolsonaro, como integrante do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (CNSP).

Em 2021, quando o ministro da Justiça já era Anderson Torres, a advogada foi reconduzida ao posto, no qual permanece até hoje na gestão petista, que não a exonerou.

Abuso de poder

Moro é julgado no TRE-PR em ações protocoladas por PT e PL.

As siglas pedem a cassação do mandato dele de senador por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

A alegação é de que o ex-juiz teria cometido o abuso por ter usado recursos do Podemos, quando era pré-candidato à Presidência da República, para alavancar sua candidatura ao Senado Federal.

Igor Gadelha, Raphael Veleda

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