BC confirma sinais e corta juros em 0,5 ponto, a 11,25%

Redução veio em linha ao praticado pela autoridade monetária nas últimas reuniões e já era esperada pelos analistas do mercado financeiro
Integrantes do Conselho de Política Monetária: confirmação de expectativa e projeção para mais reduções. (Foto: reprodução / Raphael Ribeiro / BCB)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) confirmou os sinais e cortou os juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) nesta quarta-feira (31).

O movimento passa a Selic de 11,75% para 11,25% ao ano, o menor patamar desde o primeiro trimestre de 2022.

O tamanho do corte veio em linha ao praticado pelo BC nas últimas reuniões e já era esperado pelos analistas do mercado financeiro.

O colegiado iniciou o atual ciclo de queda dos juros em agosto de 2023, quando a taxa passou de 13,75% para 13,25% ao ano — a primeira redução desde 2020.

Esta foi o primeiro encontro do Copom em 2024, que se reúne a cada 45 dias para debater os rumos dos juros no país.

Para este ano estão previstas oito reuniões, com a próxima agendada para os dias 19 e 20 de março.

Mercado espera novos cortes

Os analistas do mercado financeiro esperam novos cortes nos próximos encontros do Copom, mantendo a estratégia de rebaixamento da Selic observado a partir do segundo semestre do ano passado.

Segundo dados do Boletim Focus, pesquisa do BC que reúne a mediana de mais de uma centena de agentes do mercado e instituições para os principais indicadores econômicos, divulgados nesta terça-feira (30), a taxa de juros deve chegar a 9% ao fim de 2024, a mesma previsão das últimas cinco semanas.

O recorte mensal da pesquisa mostra que em março, quando o Copom se encontra pela segunda vez neste ano, os juros caiam novamente 0,50 p.p., passando para 10,75%.

A expectativa é fundamentada pelos sinais que o BC deu em dezembro de 2023, quando realizou a última reunião do ano e indicou a manutenção do ritmo de corte dos juros para os próximos encontros.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, informou.

O cenário inflacionário também abre margem para apostas na manutenção do ciclo de queda.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, encerrou o ano passado com alta de 4,62% após superar o teto da meta imposta ao BC em 2021 e 2022.

Gabriel Bosa – CNN / São Paulo

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