A eleição para a prefeitura de Cajueiro, na região do Vale do Paraíba, em Alagoas, deve ter três candidatos.
Dois já estariam virtualmente na disputa, dos quais, uma das candidaturas já como natural concorrente.
Trata-se da atual prefeita Lucila Toledo (MDB), que na condição de detentora de primeiro mandato, naturalmente, seria candidata à reeleição.
De candidatura tida como possível está a de Licia Gomes de Barros Melro Calheiros, esposa do prefeito de Capela, Adelmo Moreira Calheiros (Adelminho Calheiros — MDB).
Na condição diversa da de Lucila Toledo, o prefeito da cidade vizinha está encerrando o segundo mandato e, seguindo a prática de linhagens políticas no estado, lançaria alguém próximo em município da mesma região, tanto para manter uma prefeitura municipal, quando para não perder influência política.
Situações parecidas chegaram a chamar a atenção da Justiça eleitoral em cidades como São Luís do Quitunde e Matriz de Camaragibe, que se notabilizaram, em década passada com uma sucessão de administrações do então prefeito Cícero Cavalcante (MDB).
No final do ano passado, Cavalcante cogitou concorrer no ano que vem numa terceira cidade: Porto Calvo.
Outro exemplo disso está presente na região sul de Alagoas — e também associado a um clã: a família Beltrão.
Oposição
Já na cidade do Vale do Paraíba, o nome que igualmente deverá estar na disputa é o do jornalista José Carlos da Costa Cardoso (PT)
Tendo Zé Carlos como seu nome do domínio do eleitorado local, o político se notabiliza por mais de um elemento: já foi vice-prefeito de Cajueiro e se constitui em referência como oposição aos grupos políticos tradicionais.
Questionado pela reportagem, afirmou estar na condição de cotado e que seu partido já colocou que deverá ter candidatura própria à Prefeitura de Cajueiro.
“Como nosso partido já estabeleceu que terá candidatura, nosso nome está posto, mas, a dez meses para a eleição, o que podemos dizer é que estamos abertos ao diálogo com outros segmentos de oposição”, disse, frisando não se colocar, no momento, como candidato irredutível.
Além da projeção já adquirida na região, como referência da oposição e tendo sido vice-prefeito, além da fidelidade partidária à sigla que, hoje, comanda o governo federal, Zé Carlos tem, eleitoralmente, o índice obtido em 2012, em que disputou diretamente com o grupo da atual prefeita — tendo ficado em segundo lugar por diferença de 3% dos votos.
Razão, segundo ele, para a única definição acerca da eleição na cidade, para o ano que vem, no que se refere ao candidato petista: “não há possibilidade”, enfatiza, quando questionado sobre hipótese de aliança com o grupo que está hoje à frente da gestão municipal.
“Ao longo desse tempo, nós demarcamos nosso campo e isto foi sempre enquanto oposição — e oposição a este grupo que está à frente da política na região”, explica.
“Mas, procuro sempre deixar claro: não é por nenhuma questão de inimizade ou qualquer outra dessas razões. Em todas as campanhas, nossa postura sempre foi do maior respeito, sempre fizemos política pautados nesses princípios”, diz.
“As diferenças são de âmbito político, são em relação a concepção, às ideias, mesmo”, acrescenta.
Jornalista desde 1993, Zé Carlos construiu sua carreira política no movimento sindical, na direção da entidade de classe da categoria, além de atuar em assessorias ligadas também a sindicatos de trabalhadores.
Desde 2004, é servidor público federal, como jornalista de autarquia integrante do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Alagoas.