Martin Luther King Jr. foi um dos principais líderes negros dos Estados Unidos contra a segregação racial e pela igualdade social.
O dia do seu nascimento, 15 de janeiro, transformou-se em feriado nacional, uma forma de homenageá-lo e recordar sua luta pelo fim da desigualdade – e é uma das três personalidades a merecer esta honraria nos Estados Unidos: as duas outras pessoas cujas datas de nascimento se constituem feriado nacional no país são Cristóvão Colombo (Columbus Day, em 14 de outubro) e São Patrício (St. Patrick’s Day, 17 de março).
Entre as décadas de 1950 e 1960, Luther King teve atuação de destaque ao se posicionar de forma pacífica contra a segregação racial, que em muitos estados era lei.
Pastor protestante e dono de uma oratória ímpar, ele conseguiu agregar multidões em torno da luta pela igualdade racial e pelos direitos civis para os negros.
Sua morte em 1968 foi lamentada pelo mundo todo e, apesar das várias conquistas, como a aprovação dos direitos civis para negro, havia muito a ser feito para acabar com o racismo nos Estados Unidos.
Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta (EUA), no dia 15 de janeiro de 1929. Seus pais eram cristãos e participavam da Igreja Batista. Isso influenciou a formação de King, que concluiu sua graduação no Seminário Teológico Crozer, no estado da Pensilvânia.
Em 1954, mudou-se para Montgomery, no estado do Alabama, onde a segregação racial era intensa.
Naquela época, havia leis em estados norte-americanos que separavam negros e brancos.
As pessoas eram julgadas de acordo com a cor da pele, e não pelas ações praticadas.
Essa segregação, muitas vezes vivida pelo próprio King e sua família, não somente marcou sua vida, como também o animou para organizar manifestações contra o segregacionismo e exigir direitos civis para os negros.
A luta liderada por Martin Luther King não se baseava em atos violentos, mas sim no pacifismo.
Suas manifestações eram ordeiras, como passeatas e discursos, com o objetivo de se alcançar a igualdade racial nos Estados Unidos por meio do diálogo e do entendimento.
A sua formação religiosa e sua atuação como pastor fizeram de Luther King um exímio orador, que chamava a atenção do seu público tanto pelos argumentos utilizados para defender suas ideias quanto pela ênfase dada aos seus discursos.
Apesar do pacifismo, essas manifestações foram alvos de agressões de grupos radicais, como a Ku Klux Klan, que desde o século XIX era favorável à segregação racial e usava a violência para intimidar aqueles que se manifestavam pela igualdade entre os norte-americanos.
Apesar dessas perseguições e das prisões, Martin Luther King não renunciou às manifestações pacíficas.
Em 28 de agosto de 1963, ele participou, em Washington, de uma grande manifestação em defesa dos direitos civis dos negros. Naquela época, o Congresso norte-americano estava votando esses direitos e a manifestação foi organizada para defender a pauta e sua aprovação.
Havia um temor de que a grande quantidade de pessoas na frente do Memorial Lincoln pudesse gerar algum tipo de violência, o que poderia prejudicar a votação no Congresso.
Porém, tudo aconteceu em paz e os presentes puderam ver e ouvir um dos discursos mais marcantes de todos os tempos.
Martin Luther King já era conhecido pela sua oratória e sua liderança nas manifestações antirracistas e isso o fez ser a grande atração.
O discurso foi intitulado “Eu tenho um sonho” e nele Luther King expressou o seu anseio: o desejo de que todos os americanos fossem julgados não pela cor da pele, mas pelas suas ações, pelo seu caráter.
Pouco tempo depois dessa manifestação e desse discurso, o Congresso aprovou os direitos civis para os negros.
A segregação racial começava a enfraquecer-se e foi feita grande pressão sobre os estados resistentes em abolir as leis que separavam negros e brancos.
Por causa da sua luta pela igualdade racial e sua liderança não violenta, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1964, sendo o mais novo a ser agraciado com a honraria.
Sua luta já ultrapassava os limites dos Estados Unidos e influenciava as lutas com as mesmas pautas em outras partes do mundo.
No Brasil, o cantor Wilson Simonal expressou sua admiração por King ao cantar a música “Tributo a Martin Luther King”.
Morte de Martin Luther King
Apesar do êxito nas pautas reivindicadas e da admiração de muitos, Martin Luther King ainda era alvo de protestos de extremistas que não queriam o fim da segregação racial.
Em 4 de abril de 1968, ele estava em Memphis, Tennesse, para participar de eventos em defesa da igualdade racial. Enquanto estava na sacada do Hotel Lorraine, Martin Luther King Jr. foi baleado por James Earl Ray.
Poucas horas depois, foi declarada a sua morte.
O assassinato de Luther King comoveu o mundo todo e mostrou que ainda havia muito a se fazer nos Estados Unidos para acabar com o racismo e a segregação racial.
Seu velório e enterro contaram com a participação de milhares de pessoas, desde admiradores anônimos a políticos conhecidos, como o senador Robert Kennedy, que seria também assassinado semanas depois.
O dia 15 de janeiro, data de nascimento de Martin Luther King, é feriado nacional, para que a luta por ele empreendida seja para sempre lembrada.
Ativismo de Martin Luther King
Nas décadas de 1950 e 1960, a luta pelos direitos civis para negros e pelo fim da segregação racial ganhou força por conta de gestos de resistência de alguns negros que não admitiam ser obrigados a ceder espaço em escolas, restaurantes e ônibus para que um branco pudesse ocupar.
Esses pequenos gestos motivaram manifestações em favor de mudanças nas leis para que negros e brancos fossem vistos e julgados de forma igualitária.
Martin Luther King foi um desses que se comoveram com atitudes até então consideradas pequenas, mas que provocavam consequências enormes na luta contra o racismo.
King, que era pastor protestante, acreditava no pacifismo, ou seja, na luta em defesa da igualdade racial por meio de manifestações, discursos e passeatas que pudessem convencer o maior número de pessoas a se interessarem pela causa.
Outros líderes negros, como Malcolm X, buscavam a radicalização e acreditavam que o fim do racismo só aconteceria com a transformação total do sistema.
Ambos conseguiram arrebatar grande número de pessoas para suas manifestações e apoiadores de suas causas.
Ambos também foram assassinados pelo que defendiam.
Boicote ao ônibus de Montgomery
A primeira vez que Martin Luther King participou de uma manifestação contra o racismo foi em 1955, na cidade de Montgomery, estado do Alabama.
Naquele ano, Rosa Parks, mulher negra, recusou-se a sair da poltrona do ônibus que estava para dar lugar a uma pessoa branca. Parks foi presa por isso e sua prisão provocou reações contra a arbitrariedade sofrida por ela e desencadeou manifestações contrárias ao segregacionismo.
Luther King engajou-se em defesa de Rosa Parks e na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos.
Mundo Educação/UOL